O chefe do Departamento da Frente Unida (responsável pelos assuntos intercoreanos), Kim Yong-chol, manifestou-se contra estes exercícios numa declaração publicada pela agência de notícias estatal norte-coreana, a KCNA. Uma ameaça que Kim Yo-jong, a irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, já fizera na véspera.
"Devemos fazê-los pagar as consequências por estragarem a oportunidade de melhorar os laços intercoreanos e por responderem à nossa boa vontade com comportamento hostil", escreveu Kim Yong-chol.
"Ignorando os nossos conselhos, optaram por uma aliança com uma potência estrangeira em vez de harmonia com o seu próprio povo, escalada em vez de aliviar tensões e confrontos em vez de melhorar as relações", acrescentou.
Os militares norte-coreanos afirmam que o Norte fará com que o Sul se aperceba "de quão perigosas são as escolhas feitas e quão perto estão de uma grande crise de segurança por causa dessas decisões".
Os ataques verbais a Seul e Washington ocorrem apenas duas semanas após as duas Coreias terem retomado as comunicações telemáticas, a pedido de Pyongyang.
Não se sabe porque é que os aliados decidiram avançar com as manobras, que já foram canceladas em 2018 para facilitar a aproximação.
Alguns peritos sugeriram que Seul pode estar a optar por uma maior cautela em vez de se curvar aos desejos do regime norte-coreano, que no ano passado decidiu unilateralmente deixar de utilizar linhas de comunicação transfronteiriças e destruiu o gabinete de ligação intercoreano, localizado no seu território, mas construído com fundos públicos da Coreia do Sul.
A decisão da Coreia do Norte foi justificada como um protesto contra o envio de balões de propaganda antirregime por ativistas na Coreia do Sul, uma atividade que Seul proíbe agora, depois de aprovada uma lei controversa que os críticos dizem violar a liberdade de expressão.
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