"Ninguém previu isto", disse esta terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, nas suas primeiras declarações aos jornalistas sobre o Afeganistão depois da tomada de Cabul pelos talibãs, no domingo.
Questionado sobre se este cenário não era esperado, o governante indicou que ninguém previu que o progresso do movimento radical islâmico e a queda do governo afegão fossem tão rápidos depois da saída das forças internacionais após 20 anos.
"A verdade é que, em todo o mundo, as pessoas foram apanhadas de surpresa", disse o governante à Sky News, onde explicou que não falou, ainda, com nenhum interlocutor dos países na região.
"Vimos uma mudança muito repentina da dinâmica. E, claro, isto está intimamente ligado à saída das tropas internacionais, mas isso também foi a tática dos talibãs e um teste às forças de segurança afegãs", acrescentou. "Todos estes fatores têm sido muito fluídos, mas ninguém previu isto. É óbvio que teríamos agido se tivéssemos previsto".
Numa outra entrevista, à BBC Radio 4, Raab acrescentou que a determinação dos Estados Unidos em retirar as suas forças do país deixou o Reino Unido sem margem de manobra: "A crítica é perfeitamente razoável, de que não previmos isto, mas a menos que alguém explique quantos mais militares deveríamos ter alocado na ausência das tropas norte-americanas... Acho que aquilo em que nos devemos concentrar é no esforço de evacuação e em como usamos todos os mecanismos aos nosso dispor, realisticamente, para tentar moderar a influência e o impacto do regime que se segue".
Leia Também: Cabul tenta retomar a vida no segundo dia sob controlo dos talibãs