G7 apela à segurança dos estrangeiros e afegãos que querem sair do país

Os chefes da diplomacia dos sete países mais ricos do mundo (G7) apelaram hoje aos talibãs para que garantam a passagem e a "segurança" dos estrangeiros e afegãos que desejam sair do Afeganistão, país controlado desde domingo pelos radicais.

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Lusa
19/08/2021 21:01 ‧ 19/08/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

"Os ministros [dos Negócios Estrangeiros] do G7 apelaram aos talibãs para que garantam a passagem segura dos estrangeiros e dos afegãos que desejam partir" do território afegão, referiu Dominic Raab, o chefe da diplomacia do Reino Unido (país que detém atualmente a presidência rotativa do G7), numa declaração.

O grupo do G7 é composto pelo Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA).

Os ministros instaram os talibãs a "respeitarem os (seus) compromissos de proteção dos civis", afirmando estar "seriamente preocupados" com as informações que dão conta de "represálias violentas em certas partes do Afeganistão".

Os representantes enfatizaram "a necessidade de todas as partes respeitarem o Direito Internacional humanitário".

Vários 'media' internacionais estão a citar hoje um relatório confidencial das Nações Unidas que avança que os talibãs estão a intensificar as buscas de pessoas que trabalharam com as forças dos EUA e da NATO.

Os radicais islâmicos garantiram que não haveria "vingança" contra os opositores do seu regime.

O relatório atribuído aos consultores de avaliação de ameaças da ONU aponta que os talibãs têm "listas prioritárias" de indivíduos que pretendem prender.

"Os talibãs devem assegurar que o Afeganistão não irá abrigar uma ameaça terrorista para a segurança internacional", advertiram ainda os chefes da diplomacia do G7.

Esta reunião antecede uma cimeira virtual do G7 dedicada à situação do Afeganistão que está prevista para a próxima semana e que foi acordada, na última terça-feira, entre o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Numa altura em que prossegue na capital afegã, em condições difíceis, a retirada de diplomatas, outros estrangeiros e de afegãos, nomeadamente daqueles que colaboraram com os países ocidentais e que temem pela sua segurança, os ministros do G7 também abordaram hoje "a importância de uma cooperação estreita e efetiva para permitir a retirada [de pessoas] de Cabul".

Após uma ofensiva relâmpago, os talibãs tomaram Cabul no domingo passado, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão, 20 anos depois de terem sido expulsos pelas forças militares estrangeiras (EUA e NATO).

Foi o culminar de uma ofensiva que ganhou intensidade a partir de maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'sharia' (lei islâmica), teme-se agora que os radicais voltem a impor um regime de terror, nomeadamente ao nível dos diretos fundamentais das mulheres e das raparigas.

Leia Também: Itália quer reunião do G20 sobre crise no Afeganistão

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