UE pede que EUA controlem aeroporto de Cabul o tempo que for necessário

A União Europeia solicitou hoje aos Estados Unidos que garantam a segurança do aeroporto internacional de Cabul "tanto tempo quanto for necessário" para completar a complexa operação de evacuação de cidadãos estrangeiros e afegãos que desejam sair do Afeganistão.

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Lusa
24/08/2021 17:49 ‧ 24/08/2021 por Lusa

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Afeganistão

 

O apelo da UE foi feito durante a videoconferência de líderes do G7 e revelado pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, em Bruxelas, depois de ambos terem participado na reunião virtual organizada pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e que contou com a participação do Presidente norte-americano, Joe Biden.

Reiterando que a grande prioridade neste momento é garantir "a evacuação segura dos cidadãos da coligação, pessoal e famílias" e garantindo que "a UE e os seus Estados-membros não estão a poupar esforços" para evacuar os cidadãos comunitários e os afegãos que trabalharam com as delegações ocidentais, Charles Michel apontou que os líderes europeus abordaram esta questão com os seus "amigos norte-americanos", começando por sublinhar a importância de "garantir a segurança do aeroporto por tanto tempo quanto for necessário".

Segundo Charles Michel, a UE apontou também a importância de assegurar "um acesso justo e equitativo ao aeroporto a todos os cidadãos que têm direito a ser evacuados".

Questionado sobre a reação de Biden, o dirigente belga disse não querer responder em nome do Presidente norte-americano, apontando apenas que "vários líderes europeus" do G7 expressaram inquietação com a data-limite de 31 de agosto para o fim da operação militar da coligação liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão, e que atualmente já só se resume ao aeroporto de Cabul, cidade ocupada pelos talibãs há duas semanas.

Segundo Charles Michel, os chefes de Estado e de Governo da UE com quem tem estado em "contacto próximo" disseram-lhe que consideram importante prolongar esta data para a saída das forças da coligação de Cabul, mas, "em qualquer caso, o fundamental é garantir a livre passagem" até ao aeroporto de todos aqueles que desejem deixar o Afeganistão.

"Exortamos as novas autoridades afegãs a autorizar a livre passagem a todos os cidadãos estrangeiros e afegãos que desejem chegar ao aeroporto", disse, reiterando um apelo já deixado pelos chefes de diplomacia dos 27.

Os líderes do G7 reuniram-se hoje, por videoconferência, para "discussões urgentes" sobre o Afeganistão, onde os talibãs recusaram que a operação internacional para retirar milhares de estrangeiros e colaboradores afegãos ultrapasse a "linha vermelha" de 31 de agosto.

A reunião, em formato virtual, foi convocada pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, cujo país preside atualmente ao grupo das economias mais desenvolvidas, o denominado G7.

Além do Reino Unido, integram o G7 Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América, França, Itália e Japão. A União Europeia, que tem o estatuto de 'oitavo membro' do fórum -- sem direito a ser anfitrião ou organizador de reuniões -, esteve representada na reunião virtual de hoje pelos presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia.

A reunião teve lugar numa altura de maior tensão entre os talibãs e as forças internacionais sobre o prazo para terminar a retirada de milhares de pessoas que se têm concentrado no aeroporto de Cabul desde a tomada de poder pelos rebeldes, em 15 de agosto.

Os EUA retiraram 37.000 pessoas do Afeganistão desde 14 de agosto, número que ascende a 42.000 desde o final de julho, enquanto o Reino Unido transportou 6.600 desde a véspera da tomada de Cabul.

A braços com críticas à forma como conduziu o processo, o Presidente Joe Biden admitiu prolongar a operação para lá de 31 de agosto, a data que tinha fixado para terminar a retirada das tropas dos EUA, após uma guerra de 20 anos no Afeganistão.

No terreno, milhares de afegãos mantêm a esperança de poderem fugir ao extremismo dos talibãs, que se têm esforçado por dar uma imagem mais suave de si próprios, face às recordações da violência que caracterizou o seu primeiro governo (1996-2001).

Leia Também: Biden não prolonga prazo de retirada de norte-americanos do Afeganistão

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