"Deixem-me ser clara, não há pressa no reconhecimento de nenhum tipo [do governo dos talibãs], da parte dos EUA ou dos parceiros internacionais com quem temos falado", disse Jen Psaki aos jornalistas, de acordo com a agência Efe.
Os EUA mantêm a intenção de terminar a evacuação e retirada do Afeganistão na terça-feira, 31 de agosto, apesar do atentado de quinta-feira perto do aeroporto de Cabul, reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e que fez pelo menos 170 mortos, entre eles 13 fuzileiros norte-americanos.
Também hoje, o porta-voz do Departamento de Estado, equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros nos governos europeus, disse noutra conferência de imprensa que os EUA estão a "discutir ativamente" se manterão presença diplomática no país, depois da retirada.
"É algo que estamos a discutir ativamente, quer aqui, quer com os nossos aliados", disse Ned Price, indicando que em primeiro lugar tem de haver "condições básicas de segurança" no terreno para garantir que os diplomatas podem trabalhar.
Para além disso, apontou, tem de haver "uma série de critérios que têm de ser cumpridos" por parte do governo afegão a partir de 31 de agosto, elencando o "respeito pelos direitos dos cidadãos, especialmente as mulheres", um enfoque "inclusivo" e ainda o "cumprimento dos seus compromissos antiterroristas", que serão avaliados "pelas ações e não pelas palavras".
O ataque de quinta-feira em Cabul foi o mais mortífero sofrido pelas tropas dos EUA no Afeganistão desde 2011 e o primeiro desde fevereiro do ano passado.
Pelo menos 170 pessoas morreram e 150 ficaram feridas no atentado suicida perpetrado na quinta-feira pelo grupo 'jihadista' EI no aeroporto de Cabul, indicaram hoje fontes sanitárias e próximas dos talibãs.
Até agora, o número total ascende a 170 mortos, entre os quais soldados norte-americanos, e há pelo menos 150 feridos, disse uma fonte próxima dos líderes talibãs, citada pela agência Efe a coberto do anonimato.
Os Estados Unidos já tinham indicado que no atentado morreram 13 militares norte-americanos e outros 18 ficaram feridos e o Governo britânico também comunicou a morte de três cidadãos britânicos, dois adultos e uma criança.
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