"Celebrámos um acordo com os norte-americanos em Doha e os ataques vão contra esse acordo, segundo o qual não podem interferir em assuntos do Afeganistão após a sua retirada", afirmou Abdulhaq Wasiq numa entrevista ao canal noticioso afegão Tolo.
Wasiq comentava o ataque ordenado por Washington contra um alvo do Estado Islâmico em Cabul, em represália contra o ataque terrorista cometido na quinta-feira passada num acesso ao aeroporto de Cabul, que fez, pelo menos, 170 mortos.
Os talibãs ainda não falaram sobre o atentado do aeroporto, mas garantiram que iriam deter os responsáveis.
O movimento fundamentalista e os Estados Unidos assinaram em fevereiro passado um acordo em que os norte-americanos se comprometiam a retirar todas as suas tropas do Afeganistão desde que os islamitas cumprissem uma série de condições.
Entre essas condições estava manter negociações com o Governo afegão para chegar a um acordo político para a paz e não permitir que o Afeganistão servisse de base para grupos terroristas.
No entanto, os talibãs aproveitaram a retirada das tropas estrangeiras para lançar uma ofensiva militar que os levou ao poder e derrubou o Governo afegão.
Com a tomada da capital, Cabul, depois de vitórias em quase todas as províncias do país, os talibãs exigiram aos Estados Unidos que cumprissem o seu lado do acordo e retirassem todas as tropas do Afeganistão até 31 de agosto.
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