Além disso, as consultas de todos os países membros com o Gabinete Nacional de Cabul estão a ser tratadas pelo Centro de Comando e Coordenação da organização, que tem a sua sede na cidade francesa de Lyon, segundo uma declaração enviada à agência.
A Interpol já tinha hoje manifestado a sua vontade de continuar a trabalhar contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) depois do atentado mortal no aeroporto de Cabul em 26 de agosto, e de continuar a fazê-lo com os seus parceiros regionais.
Numa mensagem de vídeo divulgada hoje, o secretário-geral, Jurgen Stock, sublinhou que a "Interpol continua a dedicar recursos à monitorização da situação no terreno e a trabalhar com as forças de ordem a nível mundial e com os países membros da região".
A declaração de Stock não especificou se isso inclui o Afeganistão após a tomada de poder dos talibãs, mas em esclarecimentos posteriores, confirmaram que a Interpol congelou, por enquanto, a cooperação com a atual liderança afegã.
Na sua mensagem, acompanhando uma declaração conjunta da Coligação Global contra o EI, Stock salientou que "os ataques a civis indefesos e contra aqueles que se dedicam a ajudá-los sublinham, mais do que nunca, o imperativo [da Interpol] de combater o [grupo 'jihadista'] Estado Islâmico".
Uma referência direta ao ataque terrorista que aconteceu no exterior do aeroporto da capital afegã e que matou dezenas de pessoas.
O volume de informação sobre o EI que os 83 membros da coligação trocam através da agência policial internacional aumentou 50 vezes desde a sua criação em 2014.
O secretário-geral explicou que a sua organização tem trabalhado com as forças de ordem do Afeganistão para combater grupos terroristas, assim como outros crimes, como o tráfico de droga.
Stock fez ainda notar que a aplicação da lei tem "um papel fundamental" para prevenir ataques terroristas e levar à Justiça aqueles que os perpetram.
Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.
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