EUA e talibãs acordaram secretamente escolta de norte-americanos em Cabul

Os Estados Unidos concordaram secretamente com os talibãs em escoltar grupos de norte-americanos para o aeroporto de Cabul, onde se esperava que fossem retirados do Afeganistão, revelou hoje a imprensa local.

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Lusa
31/08/2021 19:56 ‧ 31/08/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

A cadeia CNN relatou pormenores de um "acordo secreto" entre os militares dos EUA e os talibãs como parte da operação de evacuação e retirada do Afeganistão, que terminou na segunda-feira e marcou o fim da guerra de 20 anos dos norte-americanos em solo afegão.

Como parte do acordo, os talibãs recolhiam os norte-americanos em "pontos de reunião" estabelecidos nos arredores do aeroporto Hamid Karzai de Cabul, indicou a CNN, que citou dois funcionários do Departamento de Defesa que falaram sob condição de anonimato.

Nesses locais, os talibãs verificaram as credenciais dos norte-americanos e depois conduziram-nos numa curta distância até às instalações aéreas.

Já no aeroporto, as forças norte-americanas estabeleceram uma "porta secreta" pela qual acediam os cidadãos, abrindo caminho através de milhares de pessoas, principalmente afegãos, à espera de entrar.

Além disso, segundo a CNN, foram criados centros de chamada para orientar os norte-americanos a caminho de aeroporto.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse hoje que nas últimas semanas foram retirados entre 5.500 a 6.000 norte-americanos do Afeganistão.

Sullivan calculou que o número de concidadãos ainda no Afeganistão em cerca de 100, depois de o Pentágono e o Departamento de Estado terem indicado que menos de 200 norte-americanos permaneciam no país.

Os EUA aceleraram a sua saída e operação de evacuação do Afeganistão em 14 de agosto, na véspera da tomada do poder dos talibãs em Cabul.

Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.

Leia Também: Afeganistão. UE promete combater "migrações ilegais em larga escala"

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