Afeganistão: ONU pede meios financeiros adicionais para ajuda humanitária
A ONU pediu hoje meios financeiros adicionais para prestar ajuda humanitária no Afeganistão, nomeadamente para conseguir reunir cerca de 300 crianças com as suas famílias, que foram retiradas de casa após a chegada ao poder dos talibãs.
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Mundo Afeganistão
A ONU solicitou nesta terça-feira quase 200 milhões de dólares (cerca de 170 milhões e euros) adicionais para prestar ajuda urgente à população do Afeganistão, onde a crise humanitária que já se vivia se complicou nas últimas semanas.
No total, o Escritório Humanitário das Nações Unidas (OCHA) disse que precisa de 606 milhões de dólares (cerca de 510 milhões de euros) para financiar as suas operações no Afeganistão até ao final do ano, dos quais 413 milhões de dólares (cerca de 350 milhões de euros) já haviam sido solicitados anteriormente.
De acordo com estimativas da OCHA, em meados deste ano, cerca de 18,4 milhões de pessoas - quase metade da população do país - já precisavam de ajuda humanitária, com um em cada três afegãos com graves dificuldades para obter alimentação.
A UNICEF também se juntou ao apelo de reforço de ajuda humanitária, alertando para a necessidade urgente de juntar cerca de 300 crianças às suas famílias.
"Desde 14 de agosto, centenas de crianças foram separadas das suas famílias, no meio de condições caóticas, incluindo evacuações em grande escala, no aeroporto internacional Hamid Karzai, de Cabul", disse a diretora-executiva da agência, Henrietta Forre, num comunicado.
Forre disse que a UNICEF está a fornecer apoio técnico aos governos que retiraram crianças e atualmente tem equipas destacadas para bases aéreas no Qatar e na Alemanha, onde especialistas trabalham com as autoridades para registar menores, garantir atendimento adequado e facilitar o reencontro com familiares.
Estes pedidos surgem numa altura em que surgem informações de que os talibãs estão a bloquear centenas de pessoas que procuram chegar ao aeroporto de Cabul para sair do Afeganistão.
Uma funcionária afegã da organização norte-americana Ascend, que trabalha com mulheres e meninas do país, disse que se encontra entre um grupo de várias centenas de pessoas, alegadamente incluindo cidadãos dos EUA, que não estão a conseguir chegar ao aeroporto, apesar de terem vistos de saída.
"Parece que estamos numa prisão", disse à agência Associated Press a mulher, que pediu anonimato, para preservar a sua segurança, referindo que muitas das pessoas na sua condição têm mais de 70 anos e estão em condição muito vulnerável.
Oficiais talibãs continuam a insistir que permitem a saída de pessoas que tenham passaportes e vistos adequados.
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