O corpo nacional da polícia espanhola está a investigar um ataque homofóbico a um jovem transsexual que ocorreu em Valência na madrugada de terça-feira.
Axel, de 21 anos, ficou com vários hematomas no corpo depois de ter sido agredido, esmurrado e pontapeado alegadamente por um homem, pelas 3h30 (2h30 em Lisboa), numa das principais artérias da cidade.
De acordo com o El País, horas depois de formalizar a denúncia, o jovem continuava com o nariz inchado, dores nas costas e no pescoço e dificuldade em movimentar-se.
"Nunca tinha acontecido nada assim comigo e, quando aconteceu, fiquei chocado . Não conseguia perceber o que estava a acontecer", revela.
Em declarações à agência EFE, Axel conta que chegou a temer pela vida, que estava em "estado de choque" e que só foi capaz de se proteger com os braços.
A Delegação do Governo da Comunidade de Valência já condenou a agressão e anunciou que vai constituir um grupo de trabalho para fazer uma análise aos crimes de ódio cometidos na região.
Segundo dados do Ministério do Interior espanhol, só no ano passado, 47 pessoas foram detidas ou identificadas por alegados crimes de ódio. A maioria das infrações está relacionada com racismo, xenofobia, ideologia e discriminação com base no sexo ou género.
"Vamos recorrer a todos os instrumentos do Estado de Direito para identificar comportamentos que mereçam repreensão social e política. Não podemos permitir que certas mensagens de ódio envenenem a sociedade", afirmou a delegada do Governo, Gloria Calero.
Diferentes grupos LGTBI+ convocaram uma concentração para o próximo sábado, como sinal de condenação pelas agressões a Axel.
O presidente da Generalitat, Ximo Puig, mostrou o apoio da sociedade valenciana ao jovem e qualificou a "escalada da violência contra a comunidade LGTBI+" como "insuportável".
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