Hoje à tarde, os prisioneiros palestinianos na prisão de Ramon, no sul do país, incendiaram as suas celas, informou o Serviço Prisional de Israel, que conseguiu controlar o fogo.
O incidente aconteceu depois dos incêndios e motins entre guardas prisionais e reclusos, quarta-feira, na mesma prisão, tal como em outros estabelecimentos prisionais, como Ofer ou Ketziot, onde se estima que centenas de detidos tenham participado nos confrontos, de acordo com relatos de órgãos de comunicação social.
Os prisioneiros palestinianos protestam contra uma medida recente das autoridades israelitas, que pretendem dispersar pelas cadeias do país 400 reclusos da Jihad Islâmica, o grupo a que pertenciam cinco dos seis fugitivos. O objetivo do Serviço Prisional é separar os membros da organização, para que haja apenas um deles em cada cela.
Os reclusos rejeitam essa decisão e as tensões têm vindo a aumentar, depois de os prisioneiros terem resistido ao processo de transferência. Tendo em conta a situação, as visitas das famílias aos detidos palestinianos foram canceladas até ao final do mês, informou a imprensa local.
Israel está há quatro dias à procura dos seis reclusos que escaparam na manhã de segunda-feira da prisão de alta segurança de Gilboa. A maioria cumpria penas de prisão perpétua por terrorismo e é considerada altamente perigosa pelas autoridades.
Até agora, não conseguiram localizá-los e na quarta-feira foi prolongado o encerramento dos pontos de passagem para a Cisjordânia ocupada e Gaza. O exército israelita enviou mais reforços para apoiar a polícia e os serviços de inteligência.
A fuga dos prisioneiros através de um túnel foi motivo de euforia e excitação nas ruas palestinianas, onde muitos veem os fugitivos como heróis, protagonistas de uma fuga que fez troça do sistema de vigilância israelita e dos serviços de segurança.
O episódio fez recear um possível novo surto de violência na região.
Grupos palestinianos convocaram manifestações de apoio aos fugitivos e prisioneiros em diferentes partes da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, onde foram relatados confrontos com as forças israelitas, como aconteceu também hoje.
Os grupos islamistas Hamas e Jihad Islâmica convocaram para sexta-feira o Dia da Ira e instaram os palestinianos a mobilizarem-se em apoio dos prisioneiros.
Um grupo filiado no Hamas reivindicou hoje a responsabilidade pelo lançamento de balões incendiários de Gaza para Israel, ações que recentemente tiveram como retaliação bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza.
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