O Memorial e Museu do 11 de Setembro, que vieram substituir, em 2011 e 2014, as Torres Gémeas, em Nova Iorque, é o sítio onde todos os anos se juntam as famílias de luto.
A praça, fechada ao público e apenas para familiares, autoridades locais e nacionais, trabalhadores do museu e imprensa, onde a Lusa esteve presente, enche-se como só nos aniversários dos atentados que mataram, no total, 2.977 pessoas nos Estados Unidos, além dos 19 terroristas responsáveis.
O Presidente dos EUA e a primeira-dama, Joe e Jill Biden, chegaram e, sem pressas, falaram com algumas das pessoas que estavam à espera. Michelle e Barack Obama juntaram-se momentos depois.
O hino dos EUA deu o sinal de partida das cerimónias, por volta das 08h43 (13h43 na hora de Lisboa), com o canto de jovens do Coro Young People's Chorus of NYC e uma 'performance' pela Guarda de Honra, com membros do departamento de bombeiros da cidade (FDNY), departamento da polícia (NYPD) e Port Authority Police Department (PAPD).
Depois de um toque de sino e um minuto de silêncio, às 08h46, para assinalar a primeira colisão do avião na Torre Norte, Mike Low, pai da hospedeira de bordo no avião sequestrado, foi o primeiro a dar início à leitura de todos os 2.983 nomes que viriam a ser lidos ao longo da manhã.
"A minha memória volta sempre" à tragédia, declarou o pai. "Nos últimos 20 anos, eu e a minha família vivemos em descrença e com saudades. (...) É um lugar de memórias negras", acrescentou Mike Low, referindo-se ao lugar onde hoje decorrem as cerimónias.
Os nomes gravados nos painéis laterais seguram flores e pequenas bandeiras dos Estados Unidos. Bandeiras da polícia norte-americana, uma versão a preto e branco da bandeira nacional, com uma linha azul no centro, marcam os nomes daqueles que deram a sua vida a tentar salvar outros.
Sem ruído, os familiares prestam tributos também através de cartazes com os nomes e fotografias de quem nunca tiveram oportunidade de se despedir. As fotografias das vítimas, essas todas com sorrisos. Dão-se abraços.
"Tio, temos saudades tuas e amamos-te como nunca poderias imaginar", dizem familiares que vão ao palco.
Em toda a cidade, o toque de sinos das igrejas ocorre seis vezes ao longo da manhã, para assinalar cada um dos desenvolvimentos trágicos no dia 11 de setembro, como colisão de aviões com edifícios e queda das Torres Gémeas.
Cada toque de sinos é solenemente seguido por um minuto de silêncio. Com milhares de pessoas presentes, o silêncio é ensurdecedor e traduz uma enorme dor partilhada.
Hadsoula Matias, irmã de um trabalhador do World Trade Center, declarou: "Milhares de nós tornaram-se membros de um clube em que nunca nos inscrevemos", o das famílias que perderam pessoas.
"Desconhecidos, amigos e família, todo o país parecia estar com o braço à volta dos nossos ombros", disse Hadsoula Matias, lembrando o carinho pelas famílias em luto. "Agradecemos as vossas orações".
Em toda a cidade, são vários os monumentos e instituições que marcam o aniversário com iniciativas próprias.
Quatro aviões comerciais, com centenas de passageiros a bordo, foram sequestrados por um grupo de 19 terroristas, no dia 11 de setembro de 2001, e foram direcionados para Nova Iorque e Washington.
Dois aviões, separados por 18 minutos, colidiram com as duas Torres Gémeas em Nova Iorque, provocando uma explosão de grandes dimensões e matando 2.753 pessoas.
A sede do Departamento de Defesa dos EUA, conhecida como Pentágono, em Washington, também foi alvo de ataque com um avião, num acidente em que morreram, segundo o Museu 9/11, 184 pessoas.
Outras 40 pessoas morreram no acidente do quarto avião, que caiu em Shanksville, no Estado da Pensilvânia.
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