"O ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohammed bin Abdul Rahman Al Thani, chegou à capital afegã e reuniu-se com a cúpula do Emirado Islâmico do Afeganistão [denominação do poder talibã]", disse um membro do gabinete de comunicação dos novos dirigentes de Cabul, Muhammad Jalal, na rede social Twitter, segundo a agência Efe.
De acordo com a France-Presse (AFP), o também vice-presidente do Qatar reuniu-se ainda com o antigo presidente afegão Hamid Karzai, segundo fotos publicadas nas redes sociais.
O Qatar teve um papel diplomático de primeiro plano nos assuntos afegãos nos últimos anos, nomeadamente ao acolher as negociações entre os talibã, antes da recente rebelião, e os Estados Unidos liderados pelo ex-presidente Donald Trump, e depois com o governo afegão de Ashraf Ghani, deposto em 15 de agosto pelos combatentes.
O emirado da península arábica esteve também muito ativo na ponte aérea que permitiu retirar mais de 120.000 estrangeiros e afegãos desejosos de sair do país, na sequência do regresso dos Taliban ao poder, acolhendo dezenas de milhares em trânsito para outros países.
Hoje, também o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, se deslocou ao Qatar para tentar que o país possa organizar a retirada de mais pessoas do Afeganistão, nomeadamente de franceses e afegãos "particularmente ameaçados".
Num comunicado, o ministério francês de Negócios Estrangeiros explicou que o ministro se reunirá com "o conjunto das autoridades 'qataris'" para agradecer a sua "contribuição determinante" que permitiu retirar de Cabul 49 franceses, que foram posteriormente repatriados para Paris.
Até à retirada de 31 de agosto das autoridades dos Estados Unidos, que controlavam o aeroporto militar de Cabul, os aviões franceses tinham transportado cerca de 3.000 pessoas.
Ainda nenhum país reconheceu oficialmente o novo Governo dos Talibã, e apenas três (Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos) o fizeram durante a sua primeira passagem pelo poder no Afeganistão, entre 1996 e 2001.
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