Simone Biles e outras atletas culpam sistema e FBI pelos abusos de Nassar

Ginastas foram ouvidas, esta quarta-feira, pelo Comité Judicial do Senado dos EUA sobre os atrasos na investigação dos abusos do ex-médico da equipa de ginástica dos EUA.

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Notícias ao Minuto
15/09/2021 23:49 ‧ 15/09/2021 por Notícias ao Minuto

Mundo

Abusos sexuais

As ginastas olímpicas McKayla Maroney e Simone Biles acusaram, esta quarta-feira, o FBI e o Departamento de Justiça dos EUA de terem lidado mal com as acusações de abuso contra Larry Nassar e de terem, inclusive, investigado mal o caso.

“Permitiram que um pedófilo ficasse livre durante mais de um ano. Essa inação permitiu que Nassar continuasse a cometer abusos”, defendeu McKayla perante o Comité Judicial do Senado dos EUA, depois de detalhar os abusos que sofreu.


“Do que adianta denunciar os abusos se os próprios agentes do FBI vão enterrar esse relatório numa gaveta?”, questionou ainda a atleta.

McKayla e Simone juntaram-se hoje às ginastas Maggie Nichols e Aly Raisman, que também estão entre as centenas de atletas que sofreram abusos às mãos de Larry Nassar, o ex-médico da equipa de ginástica dos EUA, que agora cumpre pena de prisão perpétua.

“Realmente parece que o FBI nos virou as costas. Não nos ajudou nem nos protegeu”, cimentou Simone Biles, enquanto tentava segurar as lágrimas.

“Há uma mensagem que precisa ser passada: Se permitirem que um predador magoe crianças, as consequências serão graves. Já chega!” atirou ainda a medalhada olímpica.

Já Aly revelou que o FBI tentou pressioná-la a aceitar um acordo com o abusador. “O inspetor diminui a importância do meu abuso. Isso fez-me sentir que não valia a pena prosseguir”, contou.

Simone Biles culpa “todo o sistema” pelos abusos

A principal ginasta norte-americana alargou ainda as culpas à USA Gymnastics e ao Paralímpico do país que, segundo ela, “sabiam que estava a sofrer abusos por parte do médico da equipa” e responsabilizou “todo o sistema” por permitir que, durante 20 anos, Larry Nassar abusasse sexualmente dela e de centenas de outras ginastas.

“Não quero que nenhum outro jovem desportista olímpico ou nenhum outro indivíduo sofra o horror que eu e centenas de outras crianças suportaram e continuam a suportar”, declarou Simone, perante dezenas de legisladores, acrescentando que “um sistema inteiro permitiu e perpetuou” os abusos contra ela e as outras jovens que, pela tenra idade, nem sequer sabiam que estavam a ser abusadas por Larry Nassar.

Recorde-se que o Comité Judicial do Senado pretende esclarecer porque é que o gabinete do FBI de Indianápolis, onde se situa a sede da USA Gymnastics, respondeu de forma não adequada às denúncias contra o médico.

Em julho, um relatório interno do Departamento de Justiça revelou erros graves no seio do FBI que levaram a que a investigação ficasse parada mais de oito meses. Quando o documento de 119 páginas foi tornado público, um grupo de senadores avançou com uma audiência para investigar a resposta do FBI e para corrigir os erros institucionais.

Larry Nassar usou a sua posição como médico para abusar de, pelo menos, 330 jovens, incluindo menores e atletas olímpicas. Em 2017, o profissional de saúde foi condenado a uma pena de prisão de 40 a 175 anos pelo cúmulo desses crimes e mais 60 anos por pornografia infantil, isto é, ficará na prisão até ao final da sua vida.

Leia Também: Saúde mental: Quando o desporto pode 'despertar demónios' no atleta

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