"Tenho consciência, tal como a França, do que está em jogo nas eleições na Alemanha nas próximas semanas, mas até à formação do próximo Governo, vamos continuar a trabalhar juntos nos grandes dossiers para encontrar soluções franco-alemãs", afirmou o Presidente Emmanuel Macron perante os jornalistas ao receber a chanceler alemã.
Angela Merkel e o Presidente francês vão ter um jantar de trabalho, tendo a chanceler garantido, à entrada do encontro, que os alemães vão fazer tudo para tentar encurtar o processo de negociações que se segue às eleições, de forma a estabilizar o país após a mudança de liderança.
"As eleições na Alemanha vão dar origem a um novo Governo, mas vamos fazer tudo no nosso poder para evitar que haja um período de negociações muito longo", disse a chanceler alemã.
As eleições na Alemanha acontecem no dia 26 de setembro, com a retirada de cena de Angela Merkel após 16 anos de liderança.
Os dois principais candidatos, o social-democrata Olaf Scholz e o conservador Armin Laschet, estiveram na semana passada reunidos com o Presidente francês.
Com uma "agenda preenchida" para esta noite, as preocupações sobre a crise no Afeganistão vão dominar a conversa dos dois chefes de Estado, sobretudo a questão da retirada de europeus e de "pessoas ameaçadas" daquele país. Outros temas em discussão serão o Sahel, a Líbia e o Irão.
A Ucrânia e a Bielorrússia serão pontos de interesse para os dois líderes europeus, com Angela Merkel a ressalvar que a situação na Ucrânia "é muito difícil".
Também a China está no menu deste jantar, mas será a política europeia que vai dominar este último encontro oficial.
"Temos de mostrar coerência como europeus, continuar o nosso trabalho conjunto e defender uma verdadeira autonomia da Europa", indicou Emmanuel Macron.
Os dois líderes vão preparar o próximo Conselho Europeu, que acontece em outubro, e também a cimeira entre União Europeia e os países dos Balcãs, tendo em vista ainda a preparação da presidência francesa da União Europeia, que vai começar já em janeiro.
No final de uma curta declaração aos jornalistas, Angela Merkel lembrou que ainda tinha de "voltar hoje para Berlim" e que seria uma "reunião apaixonante".
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