As discussões iniciadas em abril entre Teerão e as cinco potências ainda signatárias do acordo (França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China), com a participação indireta dos Estados Unidos, estão suspensas desde junho.
Citado pela agência oficial iraniana IRNA, Khatibzadeh disse que "o acordo sobre o nuclear e as negociações de Viena serão um dos principais temas dos encontros bilaterais (do Irão) com o chefe da diplomacia europeu (Josep) Borrell e os ministros dos Negócios Estrangeiros" dos países partes do pacto em Nova Iorque, à margem da Assembleia-Geral da ONU.
Uma reunião entre todas as partes em Nova Iorque "não está na agenda", nem um encontro com responsáveis norte-americanos, indicou o porta-voz iraniano.
Concluído em 2015, o acordo de Viena, designado Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), previa o levantamento de sanções ocidentais ao Irão em troca de uma redução drástica do seu programa nuclear, que ficou sob rigoroso controlo da ONU, para evitar que o país tentasse obter a arma atómica.
A saída dos Estados Unidos do pacto em 2018, com o consequente restabelecimento de sanções, e a resposta do Irão desde 2019 de deixar gradualmente de respeitar os seus compromissos enfraqueceu significativamente o JCPOA e as negociações em Viena para o salvar têm como objetivo o regresso dos países ao seu cumprimento.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assegurou hoje no seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, que Washington regressará plenamente ao acordo sobre o programa nuclear iraniano caso Teerão "faça o mesmo".
Na segunda-feira, o chefe da Organização Iraniana de Energia Atómica (OIEA) pediu a Washington para que reveja a sua estratégia de penalização a Teerão e suspenda todas as sanções.
Mohammad Eslami, que falava no primeiro dia da conferência anual da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), disse que o novo Presidente iraniano, o ultraconservador Ebrahim Raïssi, "deixou claro que o seu Governo quer resultados".
"O objetivo das negociações (de Viena) é suspender a pressão injusta a que a nação iraniana está sujeita", insistiu Eslami.
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