Saudado por apoiantes, o ex-presidente do Governo regional catalão, acusado por Madrid de envolvimento numa "tentativa de secessão" em 2017, deixou hoje a prisão de Sassari, na Sardenha, onde estava detido.
Segundo o seu advogado Agostinangelo Marras, o ex-líder catalão foi autorizado a deixar a Itália após ter demonstrado que Puigdemont se pode mover sem limitações, mas confirmou a sua comparência numa próxima audiência do tribunal da Sardenha em 04 de outubro.
O Tribunal de Apelo de Sassari considerou que a sua prisão no aeroporto de Alguer, na quinta-feira, se efetuou de acordo com a lei, mas optou por deixá-lo em liberdade sem medidas cautelares até à convocatória de 04 de outubro, onde eventualmente será decidida, ou rejeitada, a sua entrega a Espanha após a ordem emitida pelo Supremo Tribunal.
À saída da prisão, rodeado por um grupo de independentistas da Sardenha que clamaram pelo seu nome e pela independência, enquanto soavam canções em catalão e se agitavam bandeiras da Catalunha e da Sardenha, Puigdemont disse aos jornalistas que se encontrava "muito bem" e ironizou sobre o facto de ter sido libertado ao considerar que "a Espanha nunca perde as oportunidades do ridículo".
Segundo o ex-presidente catalão, a "decisão" do Tribunal Geral da União Europeia sobre a sua liberdade de movimentos por território europeu, na sua condição de eurodeputado, era "claríssima".
Explicou ainda que antes de aterrar no aeroporto da Sardenha na quinta-feira, "tinha uma notícia de que havia 'carabinieri' [um ramo das Forças Armadas]" e pensou que "isto podia acontecer", numa alusão à sua detenção.
Mas "também sabemos como vai terminar", disse, admitindo desta forma que o seu caso será resolvido sem uma extradição para Espanha.
De visita à ilha de Palma, onde um vulcão entrou em erupção, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, considerou que o líder independentista, que fugiu em 2017 para a Bélgica para escapar às perseguições judiciais e onde ainda vive, deve "submeter-se à justiça" espanhola.
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