Moçambique: Pelo menos 20 mil deslocados terão BI até ao fim do ano
Cerca de 20 mil deslocados devido à violência armada em Cabo Delgado vão beneficiar de bilhetes de identidade até o fim do ano, uma iniciativa organizada pela Universidade Católica de Moçambique (UCM) e Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), disse hoje à Lusa fonte oficial.
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"Sabemos que o número de deslocados é muito maior [que a meta estabelecida], mas temos que seguir todo o protocolo na emissão por questões de segurança" disse Bianca Gerente, diretora da faculdade de gestão de turismo e informática da UCM em Pemba.
Aquela responsável falava momentos após testemunhar a entrega de 1.075 bilhetes dos 3000 previstos aos deslocados que se encontram no bairro Josina Machel, nos subúrbios da cidade de Pemba, capital provincial.
A iniciativa, levada a cabo através de uma caravana jurídica em coordenação Direção Nacional de Identificação Civil, visa facilitar a recuperação de documentos de deslocados que os tenham perdido ou deixado durante a fuga em regiões afetadas pelas incursões de grupos rebeldes no norte de Cabo Delgado.
Além da capital provincial (Pemba), segundo a fonte, a ambição por agora é abranger deslocados que estejam em Metuge e Montepuez, também em Cabo Delgado, mas, posteriormente, espera-se que a iniciativa abranja pessoas que tenho procurado refúgio em províncias vizinhas, como é o caso de Nampula.
"Neste processo de movimentação eles acabam perdendo a documentação, mas também há caso de pessoas, em grande número, que nunca tiveram documentação", acrescentou.
O conflito armado entre forças militares e insurgentes em Cabo Delgado já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.
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