A Unidade de Investigações Especiais (SIU) alega que o antigo ministro da Saúde, que em tempos teve um grande futuro nacional, tinha conhecimento de contratos irregulares com a empresa de comunicações Digital Vibes.
Oficialmente, estes contratos governamentais destinavam-se a financiar campanhas de sensibilização para combater a pandemia de covid-19. O dinheiro beneficiou duas pessoas próximas de Mkhize no ministério: o próprio e o filho.
Este último, Dedani Mkhize, comprou um veículo 4x4 de luxo e retirou "somas consideráveis em dinheiro", disseram os investigadores no seu relatório.
O caso foi revelado nos meios de comunicação social em maio e causou indignação. Zweli Mkhize, 65 anos, médico de formação que se tornou o rosto da luta contra a pandemia na África do Sul, foi elogiado pelo seu trabalho como ministro, mas foi forçado a demitir-se em agosto.
No seu relatório, a SIU, que já tomou medidas para recuperar o dinheiro desviado, insta o Presidente Cyril Ramaphosa a impor sanções ao seu amigo e ex-ministro.
O relatório apela também à acusação do antigo diretor-geral do Ministério da Saúde, Anton Pillay.
Cyril Ramaphosa tinha prometido combater a corrupção endémica no histórico ANC governamental. Sucedeu ao Presidente Jacob Zuma em 2018, que foi forçado a sair por uma série de escândalos de corrupção ao mais alto nível do Estado.
A África do Sul é o país mais afetado pela covid-19 no continente, com mais de 87.200 mortos e perto de 2,9 milhões de infetados.