O Kremlin considera a composição dos comités enviesada a favor dos países ocidentais.
"Os russos discutem a falta de diversidade geográfica" dentro das comissões em questão, cuja formação está a ser renovada, alerta à agência de notícias AFP um diplomata das Nações Unidas sob a condição de anonimato.
Este bloqueio tem como pano de fundo as tentativas acentuadas da Rússia em aumentar a sua influência em África, sobretudo em países francófonos, que eram da jurisdição de França até agora.
É caso da República Centro-Africana, onde a nomeação de peritos está interrompida desde 31 de agosto, e da República Democrática do Congo, cujo mandato terminou em 01 de agosto.
No caso do Mali, o grupo de especialistas encarregado pelo país terá de interromper o trabalho de investigação na quinta-feira, depois de ter sido interrompido no Sudão do Sul em 01 de julho.
Em relação à República Centro-Africana, o comité de especialistas encarregado pelo país havia já denunciado, este ano, atrocidades contra civis atribuídas ao grupo paramilitar privado russo Wagner, conhecido por ser próximo do Kremlin e que se encontra em negociações com Bamaco para se fixar no Mali.
A todos os comités responsáveis pelas sanções, constituídos pelo menos por uma dúzia de especialistas e com relatórios regulares semelhantes a romances de espionagem, como revelam fotografias e documentos divulgados, a Rússia bloqueou vários nomes propostos para renovação de membros, dizem os diplomatas.
"Existem vários especialistas africanos entre os bloqueados", disse um diplomata de um Estado-membro do Conselho de Segurança, em anónimo, rejeitando de forma implícita o argumento da Rússia sobre os organismos pró-Ocidente.
A missão diplomática russa não estava disponível para comentar o assunto, frisa a AFP.
Leia Também: AI pede à Polónia para garantir proteção a afegãos retidos na fronteira