Scholz rejeita coligações com Esquerda e BSW

O candidato social-democrata e chanceler alemão, Olaf Scholz, descartou a possibilidade de formar uma coligação com a Esquerda ou a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), após as eleições do próximo domingo, por divergências sobre a ajuda militar à Ucrânia.

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© Johanna Geron/Reuters

Lusa
19/02/2025 21:01 ‧ há 2 dias por Lusa

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Alemanha/Eleições

"Não consigo imaginar isso. Eles querem abandonar a Ucrânia. Está fora de questão", afirmou o candidato do Partido Social-Democrata (SPD), durante um frente a frente na televisão com o seu principal rival, o líder conservador Friedrich Merz (União Democrata-Cristã, CDU), favorito nas sondagens (30% das intenções de voto).

 

Em resposta às perguntas dos moderadores, Scholz disse que não há planos para uma coligação com a Esquerda ou o BSW (populista de esquerda), com os quais o seu partido governa a nível regional.

Atualmente, os sociais-democratas estão em terceiro lugar nas sondagens, com apenas 15%, atrás da Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita, com 20%), e não é certo que consigam obter uma maioria, mesmo que se aliem aos Verdes -- atual parceiro de coligação -, à Esquerda e à BSW, se este última conseguir entrar no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão).

Esta combinação seria a única possível em que os sociais-democratas teriam alguma hipótese de liderar o governo e manter Scholz como chanceler.

Scholz ressalvou que muitos eleitores ainda estão indecisos e disse estar confiante de que acabará por receber um mandato para continuar a governar.

O chanceler apelou à votação, sublinhando que um SPD forte é necessário não só para poder liderar o governo e aplicar o seu programa, mas também para evitar a possibilidade de uma aliança entre os conservadores e a extrema-direita.

"Os partidos de extrema-direita ganharam terreno em toda a Europa, também com o Brexit [no Reino Unido] e nos Estados Unidos. É um desafio que todos nós enfrentamos", afirmou Scholz.

"É justo questionar se os nossos governos contribuíram para isso, mas penso que o maior desafio é mais fundamental: temos de ajudar as pessoas a recuperar a sua confiança na política dominante para que não sucumbam ao ódio e à agitação dos extremistas", defendeu.

Friedrich Merz afastou mais uma vez a possibilidade de acordos com a AfD e contra-atacou, lembrando que, durante o mandato de Scholz, a extrema-direita duplicou os seus resultados, em resultado do fracasso da política económica e de migração da coligação tripartida de sociais-democratas, verdes e liberais, que colapsou em novembro, antecipando as eleições federais em sete meses.

"Não há milagres nos quatro dias que faltam para as eleições. A sua chancelaria chegará certamente ao fim no domingo", afirmou o candidato conservador, dirigindo-se ao adversário.

O candidato conservador pediu um mandato forte para a União, que proporcione uma "mudança de política".

"E eu simplesmente peço aos eleitores que me deem um voto de confiança pelos próximos quatro anos", disse Merz.

No duelo organizado pelos meios de comunicação conservadores Welt e Bild, os dois candidatos mostraram também o seu lado pessoal.

Scholz reconheceu que tem uma vida "muito feliz" em privado e declarou-se sortudo no amor e no trabalho, enquanto Merz contou pela primeira vez publicamente que a sua irmã mais nova morreu aos 21 anos num acidente e o seu irmão mais novo de uma doença degenerativa, o que deixou "marcas profundas" na sua família.

Leia Também: Scholz apela aos alemães que enfrentem quem fomenta a divisão e o ódio

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