A mãe de Alice da Silva Aguiar, a portuguesa de 9 anos que morreu, em julho do ano passado, no ataque com faca durante uma aula de dança que tinha Taylor Swift como tema, em Southport, no Reino Unido, falou pela primeira vez sobre a morte da filha.
"Nos fins de semana passávamos tempo juntos, íamos a casa de amigos, comer fora. Estávamos sempre felizes por sermos os três, tínhamos tudo. Que mais poderíamos pedir?", recordou a mãe, de 34 anos, Alexandra Aguiar, ao jornal diário Liverpool Echo.
A mãe contou que Alice "adorava dançar" e começou a praticar ballet logo aos 16 meses. Quando não estava na escola, a criança costumava passar os tempos livres com a mãe e o pai, Sérgio.
A portuguesa mostrou-se também surpreendida com o apoio da comunidade de Southport, que descreve como "incrível", e disse que se sente em "casa".
Alice da Silva Aguiar era fã de Taylor Swift© Merseyside Police Headquarters
"Toda a gente tem sido incrível, pessoas que não nos conhecem e que são de cá têm-nos ajudado tanto. As pessoas têm sido muito simpáticas, querem ajudar-nos. Não estávamos à espera disso. Sentimo-nos em casa e não sentimos que temos de voltar [a Portugal]", desabafou a mãe.
Alexandra Aguiar contou também que se tem concentrado em projetos para construir um "legado da Alice", que irá partilhar nos "próximos meses".
Além de Alice, entre as vítimas mortais do ataque estão Bebe King, de 6 anos, e Elsie Dot Stancombe, de 7. Ficaram feridas outras oito crianças e dois adultos.
Centenas de pessoas despedem-se de menina portuguesa morta em Southport
Alice da Silva Aguiar, de nove anos, não resistiu aos ferimentos provocados no ataque à faca de 29 de julho e morreu no hospital no dia seguinte.
Notícias ao Minuto | 17:31 - 11/08/2024O atacante de Southport, Axel Rudakubana, de 18 anos, foi condenado a prisão perpétua com uma pena mínima de 52 anos, pela morte das três crianças, a 29 de julho do ano passado. A portuguesa Alice da Silva Aguiar era a mais velha das vítimas mortais.
A sentença foi conhecida a 23 de janeiro, no Tribunal de Justiça de Liverpool. O arguido foi condenado a várias sentenças de prisão perpétua com penas mínimas de 18 anos por oito acusações de tentativa de homicídio de crianças e 16 anos para os dois adultos.
Rudakubana nasceu em Cardiff, no País de Gales, filho de pais cristãos do Ruanda, e os investigadores ainda não conseguiram determinar o motivo por detrás do ataque. A polícia encontrou nos seus dispositivos documentos sobre temas como a Alemanha nazi, o genocídio no Ruanda e carros armadilhados.
Leia Também: Câmara de táxi mostra atacante de Southport antes de matar crianças
