A decisão surge depois de Kwiatkowska Gurdak ter sido interrogada pela comissão de inquérito aberta no Parlamento polaco para analisar os possíveis crimes cometidos através da utilização do referido software, como as escutas ilegais, no entanto, garantiu que só poderia dar respostas numa reunião à porta fechada.
Posteriormente, a responsável pela luta contra a corrupção decidiu demitir-se do cargo, depois de ter sido fortemente criticada por membros da oposição e por altos membros do atual governo.
O cargo está sob a alçada de Tomasz Strzelczik, de acordo com a agência noticiosa polaca PAP.
O advogado Roman Giertych alegou no passado que o programa foi utilizado para levar a cabo uma série de escutas ilegais que também afetaram o próprio Donald Tusk, que esteve na oposição durante o anterior governo do antigo primeiro-ministro Mateusz Morawiecki, do Partido da Lei e da Justiça (PiS na sigla polaca).
O Pegasus é um programa de espionagem criado pela empresa israelita NSO Group e vendido a vários governos com o objetivo de combater o terrorismo e a criminalidade, segundo a própria empresa.
É uma das tecnologias de ciberespionagem mais avançadas do mundo e permite aos operadores entrar num telemóvel, descarregar todos os dados do aparelho e ativar a câmara ou o microfone sem que o utilizador se aperceba.
Em abril de 2022, o The Citizen Lab revelou que o Pegasus era utilizado para espiar dezenas de líderes políticos e ativistas em todo o mundo.
Pouco tempo depois, o Governo polaco decidiu retirar a licença de utilização da Pegasus.
A comissão para investigar o chamado "Pegasusgate" foi criada em janeiro de 2024, após ter recebido o voto unânime dos membros do Sejm, a Câmara Baixa do Parlamento polaco.
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