Um parecer jurídico preparado pelo governo federal concluiu que a separação de centenas de crianças das minorias Ieniche e Sinti dos seus pais para integrá-las em famílias de acolhimento, bem como em instituições educativas, é um "crime contra a humanidade" ao abrigo do direito internacional.
A decisão determinou que não ocorreu um "genocídio" em sentido estrito, embora o Estado seja "co-responsável" pelos "crimes contra a humanidade", uma vez que tinha fortes laços financeiros com a fundação Pro Juventute, encarregada de levar a cabo o realojamento forçado destas minorias nómadas.
A chefe do Departamento Federal do Interior, Elisabeth Baume-Schneider, pediu hoje desculpa em nome do Estado e apelou a não esquecer "as injustiças" do passado.
A decisão surge depois de a União de Associações e Representantes dos Viajantes Suíços ter solicitado ao governo federal, em novembro de 2021, que reconhecesse o estatuto de "genocídio" contra as minorias suíças Ieniche e Sinti.
As intervenções nas crianças destas comunidades nómadas foram realizadas entre 1926 e 1973 pela Pro Juventute, uma fundação privada dedicada ao trabalho de assistência social que ainda está ativa.
Estima-se que as separações possam ter afetado cerca de 600 crianças, embora outras 2.000 possam ter sido retiradas das suas casas com a colaboração de outras organizações e associações de caridade.
Leia Também: Guarda Suíça estará a ensaiar funeral do Papa, diz imprensa internacional