"Só vou recordar que a Venezuela não faz escaramuças com ninguém, somos um país de paz, (...) no dia em que acontecer alguma coisa, no dia em que tentarem alguma coisa contra nós, será até à vitória, eles não fazem ideia de qual será a resposta, e nós, venezuelanos, não descansaremos até à vitória final", declarou o ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello.
Num programa transmitido na plataforma digital YouTube, o ministro reiterou que para o seu país é "muito claro" que "tudo o que está a oeste do rio Essequibo pertence à Venezuela, e os direitos marítimos que decorrem dessa posse territorial também", razão pela qual assegurou que vão "proteger essas terras e esse mar territorial".
"Nós não andamos em guerra com ninguém, mas dizemos aos senhores da Guiana que procurem outros povos com quem guerrear, porque as guerras com a Venezuela são até à vitória", acrescentou o 'número dois' do chavismo.
Na quinta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, avisou a Venezuela de que, se atacasse a Guiana ou a petrolífera ExxonMobil, esse "seria um dia muito mau" e que "não acabaria bem" para o Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
"Temos uma grande Marinha, que pode chegar a quase qualquer lugar, em qualquer ponto do mundo. E temos compromissos em vigor com a Guiana", disse o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, acrescentando que não entraria em pormenores sobre o que o seu país faria no caso de um ataque militar venezuelano à Guiana.
Numa conferência de imprensa em Georgetown com o Presidente da Guiana, Irfaan Ali, o secretário de Estado norte-americano sublinhou que, se Caracas tomar tal atitude, seria "uma decisão muito má, um grande erro para eles".
Maduro, que tomou posse em janeiro para um terceiro mandato após uma reeleição contestada, respondeu que à Venezuela "ninguém a ameaça".
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) não tolerará "ameaças" de nenhum responsável estrangeiro.
O militar advertiu de que responderão com "firmeza e determinação" a "qualquer provocação ou ação que atente contra a integridade territorial e os sagrados interesses do país".
A Guiana e a Venezuela mantêm uma disputa sobre o território de Essequibo - cerca de 160 mil quilómetros quadrados ricos em petróleo e recursos naturais - administrado por Georgetown e reivindicado por Caracas.
A tensão agravou-se desde que a Venezuela anunciou que irá eleger um governador para Essequibo nas eleições regionais agendadas para 25 de maio, bem como deputados para o território, que Caracas considera a sua 24.ª região.
Leia Também: Administração Trump recorre ao Supremo para deportações sumárias