O Reino Unido abandonou a União Europeia em 2020, deixando por resolver a relação entre Gibraltar --- historicamente uma importante base militar para os britânicos --- e o bloco europeu.
"Estamos muito próximos. Acho que estamos perto de dizer que estamos num ponto sem retorno", garantiu Picardo, durante um encontro com a imprensa estrangeira, em Madrid.
"Encontrámos soluções imaginativas para todos os problemas que permanecem. E é uma questão de finalizar e depois poder dizer 'estamos lá'", acrescentou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, tinha referido também na segunda-feira que as negociações estavam a aproximar-se de um acordo.
"Estamos a lidar agora apenas com aspetos muito operacionais nos quais devemos alinhar, e tenho a certeza de que chegaremos a um acordo, que é certamente o que Espanha quer", vincou Albares, em conferência de imprensa.
Gibraltar, um pequeno território no extremo sul de Espanha, depende muito do acesso ao mercado da UE para os seus 34.000 habitantes.
No referendo do Brexit de 2016, 96% dos eleitores de Gibraltar votaram pela permanência na UE.
A Espanha cedeu Gibraltar à coroa britânica em 1713, como parte do Tratado de Utrecht, mas nunca mais parou de reivindicar a soberania sobre ela desde então, o que dá origem a tensões regulares entre Madrid e Londres.
Com o protocolo sobre a Irlanda do Norte acordado por Londres e Bruxelas em 2023, Gibraltar é agora o último território britânico sem um acordo que esclareça a sua futura relação com a UE.
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