O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou que o encontro de diplomatas russos e norte-americanos em Riade foi de extrema importância, descrevendo-o como um "primeiro passo" para restaurar as relações entre Moscovo e Washington.
"Fui informado (sobre as conversações). Considero-as muito positivas, há um resultado", disse Putin, citado pela Agência France-Presse, durante uma visita a uma fábrica de drones em São Petersburgo, acrescentando: "Na minha opinião, demos o primeiro passo para restabelecer o trabalho em vários domínios de interesse mútuo".
Segundo o líder russo, citado pela agência de notícias russa Tass, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse-lhe que a Ucrânia iria participar nas negociações em próximas reuniões.
"Ninguém está a excluir a Ucrânia", apontou Putin, considerando que não era necessária uma reação "histérica" perante as conversações entre os EUA e a Rússia, que decorreram na terça-feira.
"Sem reforçar o nível de confiança entre a Rússia e os Estados Unidos, é impossível resolver muitos problemas, incluindo a crise ucraniana", afirmou.
O presidente russo adiantou ainda que gostaria de se encontrar com Trump, mas que a reunião precisa de ser preparada ainda. "Gostaria de ter uma reunião, mas ela precisa de ser preparada para que dê resultados", afirmou, acrescentando que teria "muito gosto" em encontrar-se com Trump.
Note-se que esta semana tem sido marcada por uma subida de tensão no conflito que se desenrola há quase três anos no Leste europeu. Tudo aconteceu porque vários diplomatas, entre os quais os ministros dos Negócios Estrangeiros dos EUA e Rússia, Marco Rubio e Serguei Lavrov, respetivamente, se reuniram em Riade, na Arábia Saudita.
Na terça-feira, os diplomatas falaram acerca das relações bilaterais, mas também acerca das negociações de paz na Ucrânia.
Kyiv não gostou de que o tema fosse falado sem representação ucraniana e, no dia em que esta reunião foi anunciada, ainda na segunda-feira, o presidente, Volodymyr Zelensky, garantiu que o país não ia aceitar nenhuma solução de paz que fosse elaborada sem a presença de representantes ucranianos.
A reunião decorreu e já durante a noite de terça-feira (madrugada desta quarta-feira em Lisboa), Donald Trump acusou Zelensky de ter começado o conflito. O chefe de Estado da Ucrânia referiu que Trump estava "preso numa bolha de desinformação" plantada pela Rússia.
Já esta quarta-feira, Lavrov afirmou que Moscovo e Washington ainda têm de limpar o legado da administração do ex-presidente Joe Biden, mas admitiu que os dois países "começaram a afastar-se da beira do abismo" a que tinham chegado nos últimos três anos.
[Notícia atualizada às 15h02]
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