Este prémio demonstra "o alto valor atribuído à ciência do clima", disse Peteri Taalas, lembrando tempos recentes em que "havia céticos ou pessoas que rejeitavam as evidências científicas que demonstram as mudanças climáticas"
Para o líder da OMM, organização das Nações Unidas para a meteorologia, "é bom saber que essas ideias já não são tão visíveis e que a ciência do clima foi ouvida, bem como seus alertas de que as mudanças climáticas são uma grande ameaça à humanidade".
Lamentou, porém, que ainda não haja ambição política suficiente para conter o aumento da temperatura para 1,5 graus Celsius - considerado um limite seguro - e alertou que ao ritmo atual o mundo caminha para um aumento de 3 graus.
"Não podemos esperar décadas para agir e esta é também uma mensagem para países como a China, que querem alcançar a neutralidade de carbono em 2060, mas sem ter planos concretos para as próximas décadas", frisou, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
A Academia sueca atribuiu hoje o prémio Nobel da Física a Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Parisi, pelos seus contributos pioneiros na compreensão de sistemas físicos complexos.
É a segunda vez que a Real Academia Sueca de Ciências, baseia as suas escolhas em contributos da investigação relacionados com as alterações climáticas.
Em 2007, o Prémio Nobel da Paz foi concedido ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), entidade que se debruça sobre os desequilíbrios do aquecimento que o planeta vive.
Kuro Manabe, de 90 anos, e Klaus Hasselmann, de 89 anos, foram distinguidos pelos contributos na área da "modelação física do clima da Terra, quantificando a variabilidade e prevendo de forma fiável o aquecimento global".
O físico Giorgio Parisi, de 73 anos, foi premiado pela "descoberta da interação da desordem e das flutuações nos sistemas físicos desde as escalas atómicas até às planetárias".
Estas descobertas "demonstram que os nossos conhecimentos sobre o clima assentam numa base científica sólida, baseada numa análise rigorosa das observações", afirmou Thors Hans Hansson, presidente do Comité Nobel da Física.
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