Tsai falou brevemente à imprensa, antes de reunir com os senadores, e distinguiu o ex-ministro da Defesa francês Alain Richard com a Ordem das Nuvens Propícias, pelas "suas contribuições para as relações Taiwan -- França".
A Presidente de Taiwan agradeceu a Alain Richard por liderar um esforço no Senado francês para aprovar uma resolução em apoio à participação de Taiwan em organizações internacionais como a Organização Mundial da Saúde.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.
Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição de Tsai Ing-wen, do Partido Progressista Democrático (DPP, sigla em inglês), pró-independência, em 2016, e afirmou que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China.
Pequim opõe-se a qualquer contacto oficial com a ilha que sugira um estatuto separado do Continente chinês, como a adesão à OMS ou reuniões com funcionários de governos estrangeiros.
O Governo chinês tentou desencorajar a visita dos senadores franceses, com a embaixada da China em França a afirmar que a visita prejudicaria as relações sino-francesas.
Richard, juntamente com os outros três senadores, também vão reunir com as autoridades económicas e de saúde de Taiwan e o Conselho para Assuntos do Continente chinês, durante a visita de cinco dias.
Trata-se da terceira visita a Taiwan de Richard, um ex-ministro da defesa francês, que visitou Taiwan em 2015 e 2018.
Ele lidera o grupo Amizade com Taiwan, no Senado francês.
A visita é uma viagem recorrente que os senadores franceses fazem, como parte daquele grupo informal, especialmente porque novos representantes do Senado são eleitos a cada três anos.
Tsai também deve reunir hoje com o ex-primeiro-ministro australiano Tony Abbott.
O ministro da Defesa de Taiwan descreveu esta semana a situação atual como a mais grave em 40 anos.
Na sua mais recente demonstração de força, a China voou com jatos de combate por 149 vezes em direção a Taiwan, ao longo de quatro dias.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse na quarta-feira que os voos militares chineses em direção a Taiwan são "desestabilizadores".
"Instamos fortemente Pequim a cessar a pressão militar, diplomática e económica e a coerção dirigida a Taiwan", apontou.
Os voos ocorreram no espaço aéreo internacional, mas levaram as forças de Defesa de Taiwan a reagir.
Analistas dizem que os voos revelam o avanço militar da China, à medida que os EUA e outros rivais resistem às reivindicações territoriais de Pequim.
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