Uma comissão de deputados do Reino Unido composta por deputados de todos os partidos com assento no parlamento britânico divulgou esta terça-feira um relatório sobre o impacto da pandemia de coronavírus.
Intitulado ‘Coronavírus: Lições aprendidas até à data’, o documento frisa que a resposta inicial do Reino Unido à Covid-19 foi “um dos mais importantes falhanços da saúde pública” de sempre, segundo a BBC.
O relatório conclui que a abordagem do governo, apoiada por cientistas, de tentar gerir a situação e atingir a imunidade de grupo levou ao atraso na introdução do confinamento, o que custou vidas.
O relatório centra-se principalmente na resposta à pandemia em Inglaterra, não tendo em conta as medidas individuais da Escócia, do País de Gales e da Irlanda do Norte.
O documento de 150 páginas considera que foi feito muito pouco nas primeiras semanas para travar a propagação do SARS-CoV-2, apesar das provas de países como a China ou a Itália de que o vírus é altamente contagioso. “O véu de ignorância através do qual o Reino Unido viu as primeiras semanas da pandemia foi em parte autoinfligido”, constata o relatório.
Jeremy Hunt, presidente da comissão de Saúde e de Assistência Social que elaborou o relatório, disse que houve um “fatalismo de que era provável que no final essa seria a única forma para conseguirmos travar o progresso do vírus”, referindo-se à ideia da imunidade de grupo.
Convém lembrar que os primeiros casos de Covid-19 foram registados no Reino Unido no 31 de janeiro do ano passado, e que o conselho dos cientistas ao governo relativamente ao confinamento só mudou no dia 16 de março de 2020. O confinamento foi imposto uma semana depois, a 23 de março.
“É agora claro que esta foi a política errada, e que levou inicialmente a um número de mortes mais elevado do que teria resultado de uma política mais empática. Numa pandemia a espalhar-se rapidamente e exponencialmente, todas as semanas contavam”, salienta o relatório.
Mas o documento também destaca o sucesso no programa de vacinação britânico, descrevendo toda a abordagem – desde a pesquisa e desenvolvimento à administração das vacinas – como “uma das mais eficientes iniciativas na história do Reino Unido”.
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