O representante arménio, Yeghishe Kirakosyan, fez a acusação na sessão de abertura do Tribunal de Justiça Internacional num processo interposto por Erevan na tentativa de alcançar medidas que impeçam o Azerbaijão de atropelos às convenções internacionais e a atos de discriminação étnica.
O caso decorre de fortes tensões que se transformaram numa guerra de seis semanas em 2020 pelo controlo da região de Nagorno-Karabakh e que fez mais de 6.600 mortos.
A região montanhosa, no Azerbaijão, esteve sob o controle de forças arménias apoiadas por Erevan desde o fim da guerra ocorrida em 1994.
Kirakosyan disse que a Arménia não pretende que o tribunal estabeleça sentenças sobre as "raízes" da guerra, mas sim "prevenir e solucionar o ciclo de violência étnica e ódio exercido contra os arménios".
Os advogados que vão representar o Azerbaijão vão também pronunciar-se, sendo que Baku deve apresentar uma queixa semelhante sobre alegados atos de discriminação contra cidadãos do Azerbaijão exercidos pela Arménia.
Os dois países alegam mutuamente atropelos à Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial sendo que as conclusões do tribunal de Haia podem tardar vários anos.
A guerra do ano passado terminou depois de o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, ter assinado o acordo de cessar-fogo sob os auspícios da Rússia, o que garantiu ao Azerbaijão controlar partes do território do Nagorno-Karabakh assim como territórios adjacentes controlados pela Arménia.
Kirosksyan disse perante o tribunal que, apesar do acordo que pôs fim à guerra de 2020, "o Azerbaijão continua a promover de forma ativa o ódio contra os arménios".
Na exposição em Haia, o representante de Erevan disse que as autoridades de Baku "capturaram, torturaram e detiveram de forma arbitrária membros das Forças Armadas da Arménia e civis", continuando a destruir, disse, a "herança cultural e religiosa" e a impedir a identidade arménia no território.
Leia Também: Arménia quer que forças russas guardem fronteira com Azerbaijão