"Observamos na Nicarágua um 'cocktail' de censura organizado pelo Governo, a partir da própria presidência, e é extremamente difícil continuar a informar neste ambiente tóxico", disse Colombié, durante uma visita de três dias à Costa Rica, onde se reuniu com jornalistas nicaraguenses no exílio.
Emmanuel Colombié considerou que a Nicarágua se converteu "num campo minado" para o exercício da liberdade de expressão e de imprensa, em particular durante a crise social e política que o país atravessa desde 2018, situação que se intensificou com o processo eleitoral para o escrutínio de 07 de novembro e no qual o Presidente Daniel Ortega se volta a recandidatar.
Entre 2020 e 2021 os RSF indicam ter documentado 36 géneros de perseguição, ameaça, censura, ameaças judiciais e encerramento de diversos 'media' na Nicarágua.
O responsável dos RSF recordou que a organização incluiu em 2021 o Presidente nicaraguense Daniel Ortega na sua lista de "depredadores da liberdade de imprensa".
Em declarações à agência noticiosa Efe, Colombié exortou ainda os 'media' internacionais e a comunidade internacional a fornecerem maior visibilidade à crise na Nicarágua.
"Falta visibilidade internacional sobre a situação na Nicarágua por parte dos organismos internacionais que defendem os direitos humanos. É importante chamar a atenção da comunidade internacional sobre a repressão orquestrada pelo Governo de Daniel Ortega que vai ser reeleito porque conseguiu controlar todos os poderes", apontou.
Colombié também revelou que os RSF estão a avaliar as formas de fornecer apoio e assistência direta aos 'media' nicaraguenses no exílio para que prossigam a sua atividade.
Leia Também: Detido mais um dissidente na Nicarágua, o 37.º desde maio