"Este Prémio Sakharov é obviamente um prémio para todos vós, pessoas que não são indiferentes e que, mesmo nos tempos mais difíceis, não têm medo de dizer a verdade", reagiu na rede social Twitter o Fundo de Luta Contra a Corrupção, organização fundada por Navalny, entretanto ilegalizada pelo Kremlin.
Hoje, em Estrasburgo, o Parlamento Europeu (PE) atribuiu o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2021 a Navalny, nomeado pelos grupos políticos PPE e Renovar a Europa devido à sua coragem na luta pela liberdade, democracia e direitos humanos.
Conhecido pelo seu 'blog' Livejournal, no Youtube e no Twitter, onde tem milhões de seguidores, Navalny destacou-se internacionalmente ao organizar manifestações, concorrer a um cargo político e defender reformas contra a corrupção na Rússia, visando Putin e o seu governo.
Em agosto de 2020, foi envenenado durante uma viagem à Sibéria e passou vários meses em recuperação em Berlim, mas voltou para Moscovo em janeiro de 2021, onde foi preso.
Em fevereiro foi condenado a dois anos e meio de prisão, que cumpre num estabelecimento de alta segurança, tendo feito, em abril, uma greve de fome de 23 dias para protestar contra a falta de cuidados médicos.
Em junho, um tribunal russo proibiu o funcionamento dos escritórios regionais de Navalny e da sua fundação anticorrupção.
O opositor russo foi escolhido entre mais outras duas candidaturas: um grupo de 11 mulheres afegãs ativistas dos direitos humanos no país liderado pelos talibãs e a dirigente política da Bolívia Jeanine Áñez, detida desde março sob a acusação de planear um golpe de Estado no país.
Em 2020, o galardão foi atribuído à oposição democrática na Bielorrússia.
Entregue pela primeira vez em 1988 a Nelson Mandela e Anatoli Marchenko, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento reconhece o trabalho desenvolvido em defesa da liberdade de pensamento.
O Parlamento Europeu entrega o Prémio Sakharov, no valor de 50.000 euros, numa cerimónia solene que se realiza em 15 de dezembro, em Estrasburgo.
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