O grupo, que segundo a Associated Press juntava cerca de 2.000 pessoas, mas de acordo com a agência espanhola de notícias Efe já contabiliza 6.000 migrantes, caminha em direção à capital mexicana para tentar regularizar a sua situação e poder depois entrar nos Estados Unidos.
A marcha dos migrantes "pela liberdade, dignidade e paz", composta por mulheres, homens e crianças, começou às 08:00 locais (14:00 em Lisboa) e deverá percorrer cerca de 1.160 quilómetros até à Cidade do México.
Ao som da frase "Sim, podemos, sim podemos!", o grupo, que integra pessoas da Venezuela, Cuba, Colômbia, Costa Rica, Nicarágua, Peru, China e alguns países africanos, deixou a cidade e percorreu os primeiros quilómetros da estrada que conduzia ao oeste e ao norte em direção à fronteira com os Estados Unidos.
Algumas escaramuças foram registadas quando os migrantes passaram pela polícia estadual, que os tentou deter, mas o grupo continuou o seu caminho.
Dezenas de milhares de migrantes das Honduras, El Salvador e Haiti têm estado à espera na cidade de Tapachula, no sul do México, pelos documentos de refugiado ou de asilo, para tentarem depois seguir e entrar nos Estados Unidos, mas estão cansados dos atrasos do processo.
O México exige que os migrantes que solicitam vistos humanitários ou asilo permaneçam no estado fronteiriço de Chiapas, próximo da Guatemala, até que os seus casos sejam processados.
Ao contrário de marchas anteriores, a de hoje avançou a um ritmo lento para esperar pelas mulheres e crianças, evitando que fossem deixadas para trás e detidas por agentes da Guarda Nacional ou das Migrações.
A maioria dos migrantes caminha com as bandeiras dos respetivos países e uma cruz, por uma estrada onde as temperaturas ultrapassam os 36 graus Celsius.
Esta região tem registado uma onda migratória sem precedentes desde o início do ano, com um fluxo histórico de 147.000 pessoas indocumentadas detetadas no México entre janeiro e agosto, o triplo do contabilizado no período homólogo de 2020, e um recorde de 212.000 migrantes detidos apenas em julho pela guarda de fronteiras dos Estados Unidos.
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