Colaborador de Suu Kyi é condenado por tribunal a 20 anos de prisão

Os militares no poder em Myanmar (ex-Birmânia) condenaram hoje um colaborador próximo à líder civil deposta Aung San Suu Kyi a 20 anos de prisão por traição, disse o seu advogado.

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© Hkun Lat/Getty Images

Lusa
29/10/2021 13:49 ‧ 29/10/2021 por Lusa

Mundo

Myanmar

"U Win Htein foi condenado a 20 anos de prisão ao abrigo da secção 124ª. por um tribunal especial", disse o advogado Myint Thwin à agência de notícias AFP, acrescentando que iria apresentar recurso da sentença.

O ex-parlamentar é o primeiro membro de alto escalão da Liga Nacional para a Democracia, partido de Aung San Suu Kyi, a ser condenado pela junta militar após um julgamento.

Este homem, de 80 anos, é um prisioneiro político de longa data, que durante muito tempo, tanto na prisão como fora da prisão, fez campanha contra o regime militar.

Considerado o braço direito de Aung San Suu Kyi, U Win Htein foi frequentemente chamado pelos meios de comunicação nacional e internacional para dar a conhecer as opiniões de Suu Kyi, galardoada com o Prémio Nobel da Paz de 1991.

Antes de ser preso, três dias após o golpe militar de 01 de fevereiro em Myanmar, U Win Htein disse à aos meios de comunicação birmaneses que o golpe não foi uma manifestação de grande sabedoria e que os seus perpetradores "conduziram (o país) na direção errada".

Aung Suu Kyi também enfrenta uma série de acusações que podem levá-la à prisão por décadas, incluindo a importação ilegal de 'walkie-talkies' incitação à perturbação da ordem pública, sedição, corrupção e o não cumprimento das regras de combate ao novo coronavírus.

Suu Kyi testemunhou pela primeira vez em um tribunal da junta na terça-feira, quatro meses depois de ser julgada pelos militares, disse à AFP uma fonte próximo ao caso.

Os meios de comunicação não foram autorizados a assistir ao julgamento do líder no tribunal especial em Naypyidaw, a capital, e a junta recentemente proibiu sua equipa jurídica de falar com os 'media'.

O golpe militar de 01 de fevereiro pôs fim a um breve parêntesis democrático de uma década no país. Desde então, o exército leva a cabo uma repressão sangrenta dos opositores ao seu regime.

Leia Também: Aung San Suu Kyi depõe pela primeira vez no seu julgamento em Myanmar

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