A resolução aprovada hoje está, de acordo com a EFE, mais próxima das teses marroquinas, o que ficou patente nas reações à porta do Conselho de Segurança por parte dos representantes de Marrocos, o embaixador Omar Hilale, e da Frente Polisário, Sidi Mohamed Omar.
"O resultado é muito desanimador, pois não responde à gravidade da situação no terreno; o Conselho de Segurança, em última instância responsável por manter a paz e a segurança, não fez nada", lamentou o representante da Polisário, apoiado pelo embaixador da África do Sul.
Sidi Omar referia-se à breve menção na resolução do rompimento do cessar-fogo em novembro de 2020, que resultou numa guerra de baixa intensidade, que Marrocos não reconhece, e que significou o fim de uma trégua observada há quase trinta anos.
O embaixador marroquino defendeu que o texto da resolução conforta uma a uma as teses de Rabat - a proposta de autonomia, o grau de desenvolvimento do território e a situação dos direitos humanos - e sobretudo porque "esvazia as alegações da Argélia de uma suposta guerra de Hollywood e ignora completamente essa narrativa de guerra".
Hilale procurou nas suas declarações envolver a Argélia no conflito, segundo a clássica tese marroquina de que o problema do Sahara se reduz a uma disputa regional entre Marrocos e Argel, e que a Polisário é comandada pela Argélia, adianta a EFE.
A Frente continua, contudo, a ser reconhecida pela ONU como o único representante do povo saharaui e tem o apoio de diversos países africanos.
Leia Também: Gabinete da ONU pede a Portugal suspensão de despejo de família de Sintra