O leilão, a realizar-se pela casa de leilões Tzolmans, tem data prevista para o próximo dia 9 de novembro, mas já está a gerar polémica. O chefe do memorial do Holocausto de Yad Vashem, Dani Dayan, demonstrou publicamente discordância em relação à comercialização destes documentos pertencentes a judeus exterminados.
Foi na rede social Twitter que afirmou que “se opõe à existência de um mercado para objetos judeus ou nazis da época do Holocausto”, referindo ainda que esta ação é encorajada por “gananciosos”.
Segundo a BBC, o lote que irá a leilão consiste em 14 selos e um folheto de instruções do fabricante, de nome Aesculap, provenientes do Museu Médico Militar de São Petersburgo, na Rússia, e do Museu de Auschvitz, o campo de concentração na Polónia.
O leiloeiro Meir Tzolman justifica esta iniciativa com a eternização dos documentos para que fiquem nas “páginas da História", garantindo que não os “subestima” e que pretende que cheguem às “mãos certas”. Por fim, esclareceu que a venda destas memórias físicas tem como intuito “aumentar a consciência” em relação ao que ocorreu nos campos de concentração, na Polónia.
De acordo com o jornal Hamodia, citado pela BBC, o chefe da Associação Judaica Europeia, Menachem Margolin, dirigiu-se ao ministro da Justiça de Israel solicitando que não ocorresse esta venda que adjetivou como "desprezível".
Sobreviventes do Holocausto têm ainda hoje tatuados no corpo os números e letras que lhes eram atribuídos.
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