Polícia moçambicana impede passeio de bicicleta de autarca e diplomatas

A organização não-governamental (ONG) Centro para Democracia e Desenvolvimento acusou hoje a polícia de ter tentado impedir um autarca de Quelimane, centro de Moçambique, e três embaixadoras de realizarem um passeio de bicicleta alusivo à conferência do clima COP26.

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Lusa
04/11/2021 16:58 ‧ 04/11/2021 por Lusa

Mundo

Moçambique

 

A nota de repúdio do Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) segue-se à circulação nas redes sociais de um vídeo em que um oficial da polícia ordena a agentes para barrarem com uma viatura a passagem da bicicleta conduzida pelo autarca de Quelimane, Manuel de Araújo, na quarta-feira, após uma discussão entre ambos sobre a decisão da Polícia da República de Moçambique (PRM) de impedir a passeata.

No vídeo, Manuel de Araújo disse ao polícia que telefonou à ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, a dar-lhe conta da atitude dos agentes.

Macamo terá dito ao autarca para comunicar o sucedido ao governador da província da Zambézia, Pio Matos.

Enquanto o oficial da polícia e Manuel de Araújo se envolviam numa altercação, esperavam a uns metros em cima das bicicletas as embaixadoras da Suécia, Canadá e Finlândia.

A passeata de bicicleta acabou por se realizar, após o incidente.

"A PRM, treinada para desconfiar de todas as formas de exercício dos direitos e liberdades consagrados na Constituição da República, barrou a marcha sem nenhum fundamento legal, impedindo que um edil [autarca] eleito democraticamente marchasse na sua própria autarquia, com os seus convidados e munícipes", refere a ONG em comunicado.

A nota assinala que "mesmo perante as explicações de Manuel de Araújo sobre a natureza da iniciativa, os agentes não arredaram o pé, alegando que estavam a cumprir ordens superiores, uma desculpa usada de forma recorrente para justificar a violação de direitos e liberdades".

Qualificando o episódio de "vergonhoso", o CDD lamenta que apenas depois de uma intervenção das autoridades centrais o autarca e as diplomatas tenham realizado a passeata, "pedalando" nas suas bicicletas.

A organização acusa a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, de manipular a polícia com propósitos políticos, numa referência ao facto de Manuel de Araújo ser autarca de Quelimane eleito pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.

"O CDD exige que sejam responsabilizados todos os agentes envolvidos na proibição. Um pedido de desculpas público é o mínimo que se pode esperar do comandante-geral da PRM e do ministro do Interior", lê-se no comunicado.

Apesar das tentativas, a Lusa não conseguiu ouvir o autarca de Quelimane, nem obter uma reação da polícia em relação ao incidente.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

Leia Também: Moçambique com 14 novos casos e sem óbitos

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