Nicarágua: Alemanha diz que eleições não foram livres a Rússia elogia-as
A Alemanha criticou hoje as eleições gerais de domingo na Nicarágua, considerando que não foram livres nem justas, enquanto a Rússia elogiou a organização e o cumprimento da lei e sublinhou a "significativa participação" dos nicaraguenses.
© Shutter Stock
Mundo Nicarágua
Referindo que a votação de domingo "não cumpriu as condições mínimas de uma eleição livre e justa", o Governo alemão exortou as autoridades da Nicarágua a regressarem ao processo democrático.
"Pedimos ao Governo da Nicarágua que volte ao processo democrático e liberte imediatamente os presos políticos", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Andrea Sasse, em conferência de imprensa.
A porta-voz lembrou que muitos líderes da oposição estão detidos ou no exílio, "não tendo, por isso, podido participar nas eleições" e sublinhou que a União Europeia (UE) iria fazer uma declaração sobre as eleições gerais (presidenciais e legislativas) na Nicarágua em nome de todos os Estados-membros.
Numa nota assinada pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, a UE considerou hoje que as eleições de domingo na Nicarágua foram o último passo para a conversão do país "num regime autocrático", sob a liderança do Presidente Daniel Ortega.
"As eleições de 07 de novembro completam a conversão da Nicarágua num regime autocrático", referiu Borrell.
O Presidente "Daniel Ortega eliminou toda a concorrência eleitoral credível, privando o povo nicaraguense do seu direito de eleger livremente os seus representantes", salientou o Alto Representante da UE para a Política Externa.
No outro extremo das reações situou-se a Rússia, para quem as eleições da Nicarágua merecem ser elogiadas pela "forma organizada" e cumpridora da lei como decorreram, adiantou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.
"Enviámos observadores e, de acordo com os seus depoimentos, as eleições foram realizadas de maneira organizada e em conformidade com a legislação nicaraguense, com as regras impostas pela pandemia de covid-19 e com significativa participação dos cidadãos", disse, numa conferência de imprensa realizada em conjunto com o seu homólogo venezuelano, Félix Plasencia.
Estas eleições, defendeu Lavrov, foram realizadas sob "pressões sem precedentes" e enfrentam agora uma campanha dos Estados Unidos para evitar o reconhecimento dos seus resultados.
De acordo com os primeiros resultados parciais oficiais hoje divulgados, o Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, foi reeleito com 74,99% dos votos, o que significa que poderá permanecer no cargo até janeiro de 2027, completando 20 anos consecutivos no poder, um caso sem precedentes na história recente da Nicarágua e da América Central.
Segundo o tribunal eleitoral, os resultados parciais baseiam-se na contagem de votos em 49% das mesas de voto e mostram uma participação de 65,34%, o que contrasta com cálculos independentes, que colocaram a abstenção em pouco mais de 80%.
Além do cargo de Presidente, 4,4 milhões de nicaraguenses foram chamados no domingo às urnas para eleger um vice-presidente, 90 deputados da Assembleia Nacional e 20 do Parlamento Centro-Americano.
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