A acusação da Human Rights Watch (HRW) ocorre na véspera da conferência internacional sobre a Líbia que vai decorrer em Paris.
Líderes mundiais e representantes dos países da região já expressaram o apoio à realização de eleições na Líbia, agendadas para o próximo dia 24 de dezembro.
"A grande questão que deve ser colocada na cimeira é a seguinte: As autoridades líbias têm capacidade para garantir um ambiente livre de coação, discriminação e intimidação dos eleitores, candidatos e partidos políticos?", refere num comunicado a organização de defesa de direitos humanos com sede nos Estados Unidos.
A HRW critica "as leis restritivas líbias", que minam as liberdades de expressão e de associação, assim como a presença de grupos armados no país responsáveis por atos de intimidação contra jornalistas e ativistas políticos.
A Líbia encontra-se numa situação caótica desde que o levantamento armado, apoiado pela NATO, derrubou o regime de Muammar Kadhafi, em 2011. O ditador líbio foi assassinado por grupos armados, dois meses depois do início da revolta contra o regime.
Nos últimos anos, o país com recursos petrolíferos, tem estado dividido entre governos rivais, um com base em Tripoli e outro na zona oriental da Líbia.
As partes em confronto são apoiadas por diferentes potências estrangeiras e milícias armadas.
O atual governo interino foi designado em fevereiro, após vários meses de negociações promovidas pelas Nações Unidas no sentido de uma resolução política do conflito, que passaria pela realização de eleições.
A HRW apela às autoridades provisórias líbias para revogarem as leis restritivas antes das eleições e demonstrarem "claros compromissos" no sentido de responsabilizarem os combatentes locais e estrangeiros que cometeram crimes durante a guerra civil.
"As eleições são uma oportunidade e os líderes internacionais devem aproveitar esta oportunidade para garantirem que os líbios possam votar e escolher um Presidente e um Parlamento de forma livre e justa", acrescenta o comunicado da HRW.
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