Com um terço da população não vacinada e milhões que continuam a insistir em não ser vacinados, a Alemanha foi duramente atingida por um aumento recorde de infeções por Covid-19. A subida de casos encheu hospitais e despertou a previsão de que a taxa de mortalidade poderá duplicar.
O Instituto Robert Koch informou hoje que houve um recorde de 50.196 pessoas infetadas nas últimas 24 horas, bem como 249 novas infeções por 100 mil habitantes, também um recorde. Este registo foi o quarto recorde diário consecutivo e um aumento acentuado em relação às 39.676 novas infeções registadas no dia anterior.
Até agora, um total de 97.198 pessoas morreram na Alemanha, 235 desde ontem.
“Estamos pior do que estávamos há um ano... e agora estamos a enfrentar uma situação de emergência real”, disse Christian Drosten, um dos principais virologistas da Alemanha, no seu podcast diário, citado pelo Independent. Segundo as suas previsões, a Alemanha poderá chegar a ter pelo menos mais 100 mil mortes relacionadas com a Covid-19 se o país não aplicar medidas de restrição e melhorar as baixas taxas de vacinação.
“Temos 15 milhões de pessoas que já podiam e deviam estar vacinadas nesta altura”, disse Drosten, referindo-se aos 30% de adultos alemães que recusaram as chamadas do governo para a vacinação. “A saída desta pandemia é tão óbvia. Temos de acabar com esta lacuna de vacinação”, garantiu.
A hesitação sobre a vacinação tem sido um problema na Alemanha - bem como nas populações vizinhas de língua alemã na Áustria e na Suíça, onde entre 30 a 34% das pessoas não foram vacinadas. Previsivelmente, o número de casos está a aumentar drasticamente nos três países agora. O governo alemão esperava que 85% da sua população já estivesse vacinada, mas está muito abaixo dessa meta, estagnada nos 67%.
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