OMS. "Será difícil" não adotar restrições em países com subida de casos

A Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiu hoje que países com forte aumento de casos de covid-19, como alguns do centro e leste da Europa, podem ter de adotar novas restrições para controlar a pandemia.

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Lusa
12/11/2021 19:45 ‧ 12/11/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

"Alguns países estão numa situação tão difícil que será difícil não implementar medidas restritivas, pelo menos por um curto período de tempo para reduzir a intensidade da transmissão" do vírus, adiantou o diretor de emergências de saúde da OMS, em conferência de imprensa.

De acordo com Mike Ryan, no caso de outros países que não se encontram numa situação pandémica tão alarmante, "pode não ser tarde para transmitir à população que é necessário voltar a usar máscara, evitar espaços congestionados, trabalhar a partir de casa e manter distância social".

Segundo adiantou o especialista, o aumento de casos de infeção na Europa resulta da combinação do levantamento rápido das medidas de prevenção e controlo das infeções e de taxas de vacinação insuficientes em alguns países.

Perante isso, os governos devem avaliar as decisões que tomam com base no momento da pandemia em que o país se encontra, adiantou Mike Ryan, mas salientou que uma taxa de vacinação completa entre 30% e 50% não é suficiente para proteger a população em risco.

"Há grupos significativos da população que permanecem não vacinados e, nessas situações, a mesma incidência de casos - em relação aos países com maiores taxas de vacinação - vai levar a uma pressão maior nos sistemas de saúde", alertou.

A OMS garantiu ainda que esta nova onda de covid-19 na Europa está a atingir principalmente pessoas não imunizadas, tendo em conta a eficácia das vacinas mesmo contra a variante Delta, que é a predominante e considerada mais transmissível do que o coronavírus original.

Segundo os dados da organização, a Europa registou cerca de dois milhões de novos casos na última semana, o maior número semanal desde o início da pandemia, assim como 27 mil mortes, cerca de metade de todos os óbitos por covid-19 no mundo.

Na conferência de imprensa, o diretor-geral da OMS alertou ainda que a terceira dose da vacina contra a covid-19 que está a ser administrada em vários países, incluindo Portugal, está a dificultar o acesso às duas primeiras doses nos países pobres.

De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, em cada dia estão a ser administradas seis vezes mais doses de reforço do que as doses iniciais previstas para imunizar contra o vírus SARS-CoV-2.

"Isto é um escândalo que deve parar agora. A grande maioria dos países está pronta para vacinar, mas precisa das doses", assegurou o responsável da OMS.

A organização prevê que, para atingir a meta de 40% da população de todos os países vacinada até o final do ano, são necessárias 550 milhões de doses adicionais, o que equivale ao que é produzido em apenas dez dias.

"Não adianta administrar doses de reforço a adultos saudáveis ou vacinar crianças, quando há profissionais de saúde, idosos e pessoas de alto risco no mundo que ainda estão à espera da primeira dose", referiu Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A covid-19 provocou pelo menos 5.078.208 mortes em todo o mundo, entre mais de 251,87 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.234 pessoas e foram contabilizados 1.104.189 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Leia Também: OMS retoma processo de avaliação da vacina russa Sputnik V

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