Hong Kong recusa visto a correspondente da revista The Economist

As autoridades de Hong Kong recusaram renovar o visto da correspondente da revista britânica The Economist no território, sem fornecer explicações, disseram na sexta-feira responsáveis da publicação.

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Lusa
13/11/2021 07:47 ‧ 13/11/2021 por Lusa

Mundo

Hong Kong

 

"As autoridades de imigração de Hong Kong recusaram renovar o visto de trabalho da nossa correspondente, Sue-Lin Wong. Lamentamos a decisão, que foi comunicada sem explicação", disse a chefe de redação do semanário, Zanny Minton Beddoes, em comunicado, citado pela agência France-Presse (AFP).

A repórter, de nacionalidade australiana, está atualmente fora de Hong Kong, precisou.

"Estamos orgulhosos do jornalismo de Sue-Lin. Exortamos o governo de Hong Kong a manter o acesso da imprensa estrangeira", acrescentou.

As tensões entre a China, Austrália e o Reino Unido aumentaram nos últimos anos, devido a disputas comerciais, mas também ao apoio de Camberra e Londres ao movimento pró-democracia em Hong Kong. Ambos os países facilitam a imigração de habitantes de Hong Kong que desejam deixar a cidade.

Sue-Ling Wong é a terceira jornalista estrangeira afastada nos últimos anos da antiga colónia britânica, onde as autoridades têm conduzido uma repressão severa das liberdades, desde os protestos pró-democracia, em 2019.

Antes de Sue-Lin Wong, o correspondente do jornal norte-americano New York Times em Hong Kong, Chris Buckley, também teve a renovação do visto recusada, em 2020, tal como o jornalista Victor Mallet, do Financial Times, em 2018.

Durante décadas, Hong Kong foi a sede regional de vários órgãos de comunicação social estrangeiros que cobrem as notícias na Ásia. A AFP, CNN, o Wall Street Journal e a Bloomberg mantêm a sede para a Ásia no território.

Em julho de 2020, o New York Times anunciou a decisão de transferir parte das operações de Hong Kong para Seul, após a aprovação da Lei de Segurança Nacional imposta por Pequim, que levaria a vários ataques à liberdade de imprensa, garantida até então pela Lei Básica, a mini-constituição do território.

O diário pró-democracia Apple Daily, conhecido pelas críticas ao Governo chinês e ao executivo local, foi obrigado a encerrar em 24 de junho último, após 26 anos de existência, depois da detenção de vários editores, acusados de "conluio com forças estrangeiras", e do congelamento dos bens do grupo de comunicação a que pertencia.

 

 

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