O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, manifestou ao seu homólogo chinês, Wang Yi, "preocupação acerca da contínua pressão militar, diplomática e económica da República Popular da China contra Taiwan", de acordo com um comunicado, citado pela agência France-Presse (AFP).
O chefe da diplomacia norte-americana "instou Pequim a empenhar-se num diálogo significativo" para resolver as divergências com Taipé, "pacificamente e de forma coerente com os desejos e interesses do povo de Taiwan", de acordo com a nota do Departamento de Estado.
Biden e Xi deverão falar na noite de segunda-feira, hora de Washington (terça-feira de manhã, em Pequim). A conversa entre Blinken e Wang destinava-se a preparar a cimeira.
O acordo para realizar esta reunião - a primeira por videoconferência desde que o Presidente norte-americano tomou posse, em janeiro - foi anunciado no início de outubro pela Casa Branca.
Os dois homens já falaram pelo telefone duas vezes e esta cimeira surge como mais uma oportunidade para as duas superpotências continuarem o diálogo, numa altura em que as relações entre Pequim e Washington se degradaram, em relação a uma série de questões, do comércio aos direitos humanos, passando pelas ambições regionais da China.
Nos últimos meses, vários episódios revelaram uma escalada de tensão entre os dois países, com acusações mútuas de falta de vontade política para uma aproximação diplomática.
Biden não amenizou as suas críticas a Pequim pelos abusos dos direitos humanos contra minorias étnicas no noroeste da China, pela repressão sobre as manifestações pró-democracia em Hong Kong e pela resistência na cooperação com as investigações sobre as origens da pandemia de covid-19.
Do lado chinês, as tensões foram exacerbadas com dezenas de incursões militares chinesas junto de Taiwan, que Pequim considera ser parte do seu território, com Washington a reiterar o compromisso de ajudar Taipé a reforçar a sua defesa.
A cimeira de segunda-feira "é uma oportunidade para os dois líderes discutirem como gerir, de forma responsável, a concorrência entre os Estados Unidos e a República Popular da China, enquanto trabalham em conjunto em áreas onde os interesses se alinham", disse o Departamento de Estado.
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