Segundo reporta o EL Pais, as próximas semanas, e o número de novos internamentos, ditará se a Espanha está a vivenciar uma nova vaga da pandemia ou se apenas um aumento ocasional de casos.
No país vizinho, à semelhança do que acontece por cá, permanece também a dúvida sobre as características dos novos infetados, ou seja, se serão pessoas já vacinadas ou não. Também em Espanha, as autoridades sanitárias ainda não divulgaram essas informações, mas segundo dados que o El Pais conseguiu apurar, junto de cada comunidade (exceto as Astúrias, País Basco e Aragão), mais de 60% das 447 pessoas internadas nas UCI’s no país não estão ainda totalmente vacinadas.
Estes números vão de encontro aos mais recentes estudos sobre a eficácia de proteção das vacinas, e que provam que os que têm a vacinação completa possuem uma proteção de 90% contra a doença grave ou a morte por Covid-19.
"É inevitável que num aumento de casos haja um aumento do número de pessoas internadas no hospital, mesmo com a vacinação", explica Rafael M. Ortí Lucas, presidente da Sociedade Espanhola de Medicina Preventiva, Saúde Pública e Higiene (Sempsph). "Há uma pequena porção de pessoas que não gera uma resposta imunitária, outras pessoas que são vulneráveis e que tecnicamente não são imunizadas apesar das vacinas. Para além de que não são 100% eficazes", acrescenta.
Segundo Alejandro H. Rodríguez da Sociedade Espanhola de Medicina Intensiva, Cuidados Críticos e Unidades Coronariana (SEMICYUC), "é extremamente raro que pessoas completamente saudáveis e vacinadas acabem nas UCI. "São normalmente não vacinados. Dos três que temos agora no hospital Joan XXIII em Tarragona, dois disseram que não foram inoculados porque eram muito ativos, com 40 e 60 anos", diz ele.
Já os casos de pessoas admitidas nos cuidados intensivos com a vacinação completa, diz o especialista, são geralmente pessoas imunodeprimidos ou com outras comorbidades.
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