Os acusados "criaram e geriram um grupo para atividades de espionagem, recolha e transmissão de informações que constituem segredos de Estado a um país estrangeiro" e cujos membros atuaram como "espiões" ao serviço de Moscovo, disse a Procuradoria militar em comunicado.
Três dessas pessoas divulgaram "informações confidenciais de natureza militar", revela o comunicado.
O grupo era chefiado por um ex-oficial de inteligência militar de alta patente, que recrutou funcionários com acesso total a informações secretas, pertencentes à Bulgária e também a países membros da União Europeia e da NATO.
Entre estes encontram-se dois oficiais dos serviços de inteligência militar búlgaros, o chefe de um departamento do Ministério da Defesa, bem como um funcionário que controlava informações classificadas como secretas na administração do parlamento.
Os membros do grupo foram pagos para entregar informações secretas ao chefe da rede e à sua esposa, que tem dupla nacionalidade russa e búlgara. Por sua vez, o casal passou a informação a um funcionário da embaixada russa em Sofia, disse o porta-voz da Procuradoria Siyka Mileva quando os seis suspeitos foram detidos em meados de março.
Cinco deles foram mantidos detidos e o sexto libertado sob fiança.
A data da audiência preliminar ainda não foi definida pelos tribunais.
As relações russo-búlgaras foram marcadas por vários casos de espionagem nos últimos anos, casos esses que mancharam as relações entre os dois países, que mantiveram laços culturais e económicos após a queda do regime comunista em 1989.
Entre outubro de 2019 e o final de 2020, cinco diplomatas russos e um assistente técnico da embaixada russa foram expulsos da Bulgária, incluindo o adido militar russo, suspeito de coordenar a rede.
Leia Também: Bulgária. Primeiros resultados confirmam vitória de partido anticorrupção