Esta disponibilidade foi manifestada em Riga por Krisjanis Karins numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo polaco, Mateusz Morawiecki, que se deslocou hoje aos três países bálticos - Estónia, Lituânia e Letónia.
Krisjanis Karins, que não especificou o número de guardas de fronteira e de polícias que a Letónia poderá enviar para a Polónia, defendeu que a solução para crise que se vive nas fronteiras da região poderá passar por a ONU organizar o repatriamento para os países de origem dos migrantes atraídos para a Bielorrússia pelo regime de Alexander Lukashenko.
"Se a Bielorrússia pensava que poderia dividir e desestabilizar a Europa, aconteceu o oposto", disse o chefe de governo letão.
Segundo Mateusz Morawiecki, a Polónia já fechou uma passagem de fronteira em Kuznica - também para o transporte de mercadorias - e fará o mesmo com todos os outros pontos se ainda houver tentativas de cruzar a fronteira ilegalmente por parte de migrantes com apoio bielorrusso.
O primeiro-ministro polaco disse ainda que não pretende chegar a esse ponto, pois isso privaria a população bielorrussa de produtos importados e impediria as exportações de empresas daquele país.
Antes de visitar Riga, Morawiecki também se encontrou com o primeiro-ministro da Estónia, Kaja Kallas, em Talin, e com a primeira-ministra da Lituânia, Ingrida Simonyte, em Vilnius.
A Lituânia registou o maior número de travessias ilegais da fronteira com a Bielorrússia, cerca de 4.200, antes de começar a recusar entrada de pessoas em agosto.
"Embora vejamos alguns sinais positivos no retorno dos migrantes aos seus países de origem, infelizmente o ataque organizado pelo regime de Minsk continua. Portanto, é especialmente importante aumentar ainda mais a pressão e as sanções sobre Minsk até que a situação mude substancialmente", adiantou Ingrida Simonyte.
A Polónia, apoiada pela União Europeia, acusa o regime do Presidente bielorrusso pela situação que se está a viver na fronteira, afirmando que a Bielorrússia atraiu migrantes com vistos e promessas de facilitar a passagem da fronteira para a Polónia, e consequentemente, para a UE, como forma de retaliação pelas sanções impostas após a violenta repressão da oposição, em 2020.
Minsk, por seu lado, acusa Varsóvia de violações dos direitos humanos, ao recusar a entrada dos migrantes no seu território, e diz que vai responder a novas sanções, tendo ameaçado suspender o funcionamento do gasoduto Yamal-Europa, que atravessa a Bielorrússia para fornecer gás russo a vários países europeus, em particular à Alemanha e à Polónia.
Na sexta-feira, Alexander Lukashenko disse à BBC ser "absolutamente possível" que as suas forças tenham ajudado pessoas a entrar na UE, mas negou ter orquestrado uma operação com este objetivo.
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