O médico terá oferecido os seus serviços aos "quatro cantos da Valónia", disse Christie Morreale ao canal RTBF, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).
O objetivo era dar às pessoas um certificado de vacinação para evitar as restrições em vigor.
"É uma fraude de vacinação por um médico que codificou um número astronómico de pessoas que ele teria vacinado (...), 2.000 pessoas no total", disse Christie Morreale.
Segundo a ministra, é impossível que um único médico pudesse ter vacinado tantas pessoas em tantos lugares diferentes.
O caso foi remetido aos tribunais e à associação médica, tendo já sido negado ao médico de família o acesso à base de dados que centraliza as vacinas.
O médico deverá ser processado por falsificação.
As pessoas que beneficiaram dos seus serviços também são passíveis de processo judicial, disse a ministra.
Os certificados (ou "Covid Safe Ticket" na Bélgica) em causa foram suspensos e as pessoas que os receberam serão contactadas para que lhes seja oferecida uma vacinação adequada, disse Morreale.
"Esta é a anomalia mais importante e grave, é um ato extremamente perigoso, (...) uma quebra de confiança", insistiu a ministra.
Estes "falsos vacinados" expõem os seus contactos sociais à doença, alertou Christie Morreale.
O caso foi divulgado numa altura em que a Bélgica enfrenta uma explosão de novas contaminações (mais de 15.000 em média todos os dias, em comparação com cerca de 2.000 há seis semanas), levando a uma nova sobrecarga nos hospitais.
Tal como noutras partes da Europa, a divisão está a crescer entre os vacinados (75% estão totalmente vacinados na Bélgica) e os não vacinados, que se apresentam como defensores da "liberdade".
No domingo, uma manifestação a favor da "liberdade" reuniu 35.000 pessoas em Bruxelas, de acordo com a polícia.
O protesto degenerou em confrontos entre os manifestantes e as forças de segurança.
A pandemia matou pelo menos 26.669 pessoas na Bélgica, em mais de 1,6 milhões de casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença respiratória, segundo dados oficiais.
A nível global, a covid-19 matou mais de 5,1 milhões de pessoas, entre mais de 257,5 milhões de infetados, segundo um balanço da AFP.
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