A Alemanha pode vir a ser o primeiro país europeu a legalizar a canábis recreativa e a sua venda para esses propósitos.
O anúncio surge na sequência de um acordo entre o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), o Partido Liberal Democrata (FDP) e os Verdes, que irão substituir o executivo de Angela Merkel.
Recorde-se que vários países europeus, entre os quais a Alemanha, já autorizam o uso limitado da canábis para fins medicinais. Agora, o novo governo do país pretende criar uma legislação que permita a distribuição controlada em lojas autorizadas – legislação essa que seria avaliada em termos sociais findos os quatro anos de mandato.
Especialistas do setor defendem que a legalização poderá reduzir a atividade no mercado negro, onde não existe qualquer tipo de controlo de qualidade, além de que libertará os recursos policiais gastos na perseguição de quem consome a substância, e aumentar as verbas para a prevenção e tratamento das dependências.
Na Europa, os Países Baixos são conhecidos pelo seu uso, mas a canábis não está formalmente legalizada.
“A Alemanha poderá ter um papel pioneiro”, disse Florian Holzapfel, fundador da empresa Cantourage, que importa a planta e processa-a para uso medicinal. “Seria importante se fossemos um caso de sucesso, já que abriria caminho para que outros países implementassem uma legislação semelhante”, acrescentou, citado pela Reuters.
A legalização da canábis poderia traduzir-se em receitas de 4,7 mil milhões de euros anuais em impostos, permitindo ainda a criação de 27 mil empregos, segundo um estudo recentemente publicado pelo Düsseldorf Institute for Competition Economics (DICE).
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