"Estão a ser organizados voos especiais para as pessoas que não conseguiram regressar a França. Estão submetidos à 'autorização" das autoridades marroquinas", indicou num 'tweet' a embaixadora francesa Hélène Le Gal, ao convidar as pessoas envolvidas a contactarem as companhias Air France e Transavia, na sequência do surgimento da Ómicron, a nova variante do covid-19.
Estes voos especiais apenas estão operacionais na partida de Marrocos em direção a França, precisou fonte diplomática francesa citada pela agência noticiosa AFP.
Na passada quinta-feira, antes do surgimento da variante Ómicron, Rabat decidiu suspender os voos regulares com destino e provenientes de França, devido ao recrudescimento da epidemia de covid-19 no país europeu.
Esta decisão está em vigor desde a meia-noite de domingo e "até nova ordem". Marrocos também suspendeu o transporte marítimo de passageiros com a França a partir dessa data.
No entanto, alguns 'ferries' poderão assegurar as ligações "se existir um pedido" e com o acordo das autoridades marroquinas, segundo a fonte diplomática.
Esta suspensão não se aplica à circulação de veículos utilitários destinados ao transporte de mercadorias.
A França é o primeiro parceiro económico de Marrocos. Cerca de 1,3 milhões de marroquinos vivem em França e 80.000 franceses residem em Marrocos.
Em paralelo, Rabat anunciou no domingo que todos os voos diretos de passageiros com destino a Marrocos foram suspensos por duas semanas a partir das 22:59 (hora de Lisboa) de hoje.
Na sequência deste anúncio, a companhia nacional Royal Air Maroc decidiu adiar "para data posterior" o seu primeiro voo entre Casablanca, capital económica do reino, e Telavive, inicialmente previsto para 12 de dezembro.
Este adiamento compromete uma importante missão a Israel da associação patronal marroquina, programada entre 12 e 15 de dezembro, no quadro da normalização das relações entre os dois países.
A situação epidemiológica melhorou nas últimas semanas em Marrocos -- onde o turismo constitui um setor decisivo da atividade económica --, permitindo no início de novembro o fim do recolher obrigatório noturno, em vigor há vários meses.
A covid-19 provocou pelo menos 5.197.718 mortos mortes em todo o mundo, entre mais de 260,81 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.430 pessoas e foram contabilizados 1.144.342 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o "elevado número de mutações" pode implicar uma maior infecciosidade.
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